/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/h/F/cRbSxLTeGqEle3J0T8DA/guga-chacra.png)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/h/F/cRbSxLTeGqEle3J0T8DA/guga-chacra.png)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/l/w/JAlcg2R4mpK9eOaAI3ew/99623442-indias-prime-minister-narendra-modi-speaks-before-taking-part-in-a-mass-yoga-session-in-fr.jpg)
Enquanto os olhares do mundo se voltam para Israel, onde a coalizão extremista de Benjamin Netanyahu ameaça o futuro da democracia no país ao tentar enfraquecer a Suprema Corte, a Índia, uma das duas maiores nações do mundo, cada vez mais se transforma em uma autocracia governada pelo nacionalista hindu Narendra Modi. Aproveitando as disputas envolvendo Rússia e China, de um lado, e EUA e União Europeia, do outro, o premier indiano consolida seu poder e passa a perseguir a oposição.
- Na Índia: Governo pede que tribunal não decida sobre casamento gay, mas juízes encaminham petição
- Geografia, superpopulação e indústria suja: por que Nova Délhi é uma das cidades mais poluídas do mundo
Nesta sexta, Rahul Ghandi, líder do partido Congresso Nacional Indiano, que por anos foi o mais importante da Índia e hoje está na oposição, foi afastado do Parlamento e condenado a dois anos de prisão por supostamente ter difamado Modi. Ainda não foi preso porque terá o direito de recorrer nos próximos 30 dias.
Opositores já classificam a Índia como autocracia, com Modi sendo comparado a figuras como o presidente turco Recep Tayyp Erdogan. Seu partido Bharatiya Janata (BJP) tem implementado uma agenda ultranacionalista, reduzindo os direitos da minoria muçulmana indiana. As próximas eleições parlamentares serão no ano que vem e muitos temem que a condenação de Ghandi vise afastá-lo da disputa contra Modi.
Sem dúvida, o que acontece em Israel é extremamente preocupante. Mas devemos também prestar mais atenção à Índia, que, por décadas, foi considerada a maior democracia do mundo. Com mais de 1 bilhão de habitantes e uma economia em constante crescimento, já é uma das grandes potências globais.
Esse movimento da Índia em direção à autocracia deve deixar o Brasil e a África do Sul como as duas únicas democracias do BRICS, que reúne ainda a China, Índia e a Rússia. Até agora, são raros os governantes condenando Modi. Mesmo os EUA têm adotado um tom muito mais duro com Netanyahu do que com o líder indiano. A Índia possui um gigantesco papel geopolítico e se equilibra entre os blocos ocidental e o da China-Rússia. Ninguém quer perder o apoio de Modi.