Ao mesmo tempo que cresce o interesse no risco de uma guerra total envolvendo Irã, Hezbollah e Israel, diminui a atenção à guerra em Gaza. Centenas de palestinos foram mortos em bombardeios israelenses nas últimas semanas, sem a mesma comoção de meses atrás. Há as condenações de alguns países e de organizações internacionais, mas a repercussão é menor. A situação dos reféns nas mãos do Hamas tampouco tem provocado apelos mais fortes na comunidade internacional. Talvez voltem a falar mais com o possível retorno de negociações para um cessar-fogo.
A tendência parece ser do que chamo de “ucranização” do conflito. Isto é, depois de um enorme impacto inicial, a opinião pública fica anestesiada e para de acompanhar a guerra, como acontece na Ucrânia. Um ano atrás, Zelensky dominava as discussões de política externa. Hoje, o líder ucraniano parece ter se tornado um coadjuvante.
Fenômenos similares de perda interesse ocorreram em outros conflitos no século 20, como nas guerra no Iraque, no Afeganistão e na Síria. As pessoas somente voltam a prestar atenção quando veem o surgimento do grupo Estado Islâmico nos territórios sírio e iraquiano ou o retorno do Talibã ao poder em Cabul. Mas aí já é tarde demais.
Devemos, portanto, seguir acompanhando o que acontece na Ucrânia e em Gaza antes que os cenários se agravem.
Para receber a newsletter “De Beirute a NY”, inscreva-se em nosso site.
Inscreva-se na Newsletter: Guga Chacra, de Beirute a NY