Guga Chacra
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Guga Chacra

Colunista do Globo e comentarista de política internacional da Globonews.

Informações da coluna

Guga Chacra

Mestre em Relações Internacionais pela Columbia University de Nova York. É colunista do Globo e comentarista de política internacional da Globonews.

Por Guga Chacra na newsletter De Beirute a NY

RESUMO

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GERADO EM: 12/09/2024 - 09:00

"Análise de Guga Chacra sobre Kamala e eleições nos EUA"

Guga Chacra responde questionamentos de leitores sobre influência do debate Kamala-Trump nos estados-pêndulo. Destaca possíveis impactos e a relação de Kamala com eleitores árabes-americanos. Aborda apoio a Israel e a visão democrática em países árabes. Recomenda visita ao World Trade Center para reflexão sobre o 11 de Setembro.

A newsletter “Guga Chacra, de Beirute a NY”, assinada pelo colunista do jornal, responde a cada semana a perguntas enviadas pelos leitores sobre os temas do noticiário. Para enviar suas perguntas, escreva para [email protected]. Para receber a newsletter, inscreva-se em nosso site.

Pergunta do Leitor: Como o debate entre Kamala e Trump pode influenciar os votos nos estados-pêndulo? (Marcio Pazzela)

Ainda é cedo para saber o impacto do debate. Talvez marginalmente possa favorecer de forma transitória Kamala Harris em lugares como a Pensilvânia. Mas é melhor esperar pesquisas para cravar se haverá ou não uma guinada no cenário eleitoral. O debate anterior foi tão catastrófico que Joe Biden acabou desistindo. Mas foi algo atípico. Normalmente, debates não alteram o resultado. Mitt Romney, por exemplo, foi claramente o vencedor do primeiro debate contra Barack Obama em 2012. Até o então presidente admitiu. Houve uma oscilação positiva para o republicano, mas que acabou se retraindo com o passar dos dias.

Pergunta do Leitor: Kamala Harris vai conquistar votos entre os árabes-americanos? (Sandra Oliveira)

A candidata democrata ainda enfrenta dificuldades com esse eleitorado. Sem dúvida, uma parcela votará nela. Mas existe um grupo que critica suas posições, vistas como pró-Israel. Seu discurso na convenção democrata não foi bem recebido por setores da comunidade árabe-americana. A decisão de não convidar parentes de vítimas palestinas das ações militares em Gaza também pesou negativamente para a democrata. O risco maior seria uma migração para a candidatura de Jill Stein, do Partido Verde, como ocorreu em 2016 em relação a Hillary Clinton, ou mesmo que não saiam para votar.

Pergunta do Leitor: Em que âmbito Kamala tem a intenção de “dar a Israel a capacidade de se defender”? E como, provavelmente, se daria na prática? (Gabriela Calainho)

Não seria muito diferente das outras administrações anteriores. Os EUA fornecem ajuda de US$ 3,3 bilhões por ano para Israel. Os norte-americanos também garantem que defenderão Israel contra a ameaça iraniana, como ficou claro neste ano.

Pergunta do Leitor: A população não ultrarreligiosa dos países árabes deseja viver numa democracia com direitos garantidos para mulheres e minorias ou prefere os regimes atuais? (Horn)

A questão religiosa não possui necessariamente correlação com democracia. Aliás, alguns dos mais notórios ditadores do mundo árabe na História recente não são religiosos, como Bashar al-Assad, ou não eram, como Saddam Hussein. No caso de ambos, havia, para padrões regionais, mais direitos para mulheres e para minorias religiosas. De qualquer maneira, há muitos árabes, independentemente do grau de religiosidade, que gostariam de viver em democracias. Vale lembrar que Líbano e Iraque possuem sistemas democráticos, ainda que sectários e em Estados com uma enormidade de problemas.

Dicas do Guga Chacra

Todos os anos, em dias aleatórios, vou sozinho ao World Trade Center para ver os espelhos d’água e ler os nomes ao redor. Penso em como deve ter sido a vida de cada um deles. Os que mais me impactam, no entanto, são os nomes de mulheres seguidos pelos dizeres “and her unborn child” (e sua criança que não nasceu). Fico pensando que, hoje, essas crianças seriam adultos de 22 anos, que tiveram a vida interrompida mesmo antes de nascer. Vale muito a pena, para quem viajar a Nova York, visitar a região do 11 de Setembro e o museu para ter uma dimensão do impacto do atentado para Nova York e todo o planeta.

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