Elon Musk é um dos maiores empreendedores do século 21. Revolucionou a indústria automobilística ao desenvolver os veículos elétricos da Tesla, descritos como alguns dos mais avançados do planeta. A partir do nada, ergueu a SpaceX, a mais avançada empresa aeroespacial da atualidade, prioridade atual da Nasa para realizar expedições no espaço. A Starlink, com sua rede de satélites, oferece acesso à internet em alguns dos lugares mais remotos do mundo, incluindo a Amazônia.
Seu legado possui poucos equivalentes na História moderna. Por muitos anos, evitou polemizar em questões políticas, embora diga ter votado em Barack Obama em 2008 e 2012, Hillary Clinton em 2016 e Joe Biden em 2020. Claramente demonstrava ter mais simpatia pelo Partido Democrata. Anos atrás, deu uma guinada. Se fosse apenas em direção ao Partido Republicano, seria um movimento normal, realizado por milhões de eleitores nas duas direções. Mas Musk passou a adotar um tom radical e a usar o então Twitter para posts em alguns casos infantis e em outros, agressivos.
Em abril de 2022, Musk ofereceu US$ 44 bilhões para comprar o Twitter, uma cifra bem acima do valor de mercado, e adquiriu a empresa após disputas judiciais. Seu comportamento errático se agravou e sua guinada em direção à extrema direita se consolidou. Neste ano, comprou briga com o Supremo Tribunal Federal e, em especial, o ministro Alexandre de Moraes. A crise atingiu o ápice com a proibição da rede social no país.
Mas por que Musk decidiu confrontar a Justiça do Brasil, um país com pouca relevância para seus negócios? Ao mesmo tempo, fez uma aproximação com Javier Milei, da Argentina, outra nação pouco relevante para ele. Por que? Possivelmente porque o dono do Twitter, agora chamado de X, usa essas duas nações como laboratórios para o que poderá fazer no futuro nos Estados Unidos e na União Europeia. Inclusive, já começou seus ataques contra Kamala Harris, chegando a colocá-la com um uniforme militar da ex-União Soviética, dizendo que a eleição dela pode resultar em uma ditadura comunista nos EUA.
A dúvida, no entanto, é por que Musk decidiu radicalizar tanto e adotar essa postura imatura? Não tem lógica nenhuma, especialmente para um empreendedor como ele. Seria impensável, por exemplo, que Bill Gates ou Steve Jobs tivesse um comportamento desses.
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