Lauro Jardim
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Por Lauro Jardim

A disputa interna no Banco Safra, protagonizada pelos irmãos Alberto e David Safra, ganhou hoje mais um capítulo na Justiça.

O juiz Luiz Felipe Bedendi, da 1ª Vara Empresarial de São Paulo, deferiu uma liminar determinando que o banco entregue a André Franco de Moraes e Ricardo Tepedino, os integrantes do conselho de administração indicados por Alberto, diversos documentos por eles solicitados — e que foram negados pela administração do Safra, segundo consta da petição inicial.

São documentos que vão desde uma relação detalhada dos dez maiores devedores do banco a relatórios pormenorizados dos contratos que subsidiaram a concessão de crédito à Americanas. É uma papelada que além de Americanas trata de outros 9 devedores que teriam exposição semelhantes de risco.

O juiz deu cinco dias para a entrega dos documentos.

De acordo com a petição feita pelos advogados de Alberto Safra, "nos últimos 14 meses, os requerentes, de forma individual ou conjunta, enviaram 15 cartas e manifestações ao conselho de administração e demais órgãos de administração do banco, requerendo documentos, informações e providências".

Os pedidos foram ignorados.

Na ação, reclamam que o conselho de administração não tinha conhecimento da exposição do Safra em relação à Americanas, "apesar dos insistentes pedidos anteriores a respeito da matéria e de envolverem elevadíssimo risco, em virtude de seu valor desproporcionalmente alto em relação ao patrimônio líquido do banco". 

Segundo a ação, o Safra "concedeu créditos sem garantias a Americanas no valor de R$ 2,4 bilhões, equivalente a 15% ou quase um sexto do seu patrimônio líquido. Isso significa uma enorme concentração em um único devedor, ensejando risco elevado". 

Os advogados de Alberto relatam que somente sete dias após estourar o caso Americanas, "o presidente do conselho de administração convocou reunião para supostamente informar os conselheiros a respeito". E ressaltam:

"Chamou atenção o fato de que, juntamente com essa convocação, veio a informação de que o conselheiro David Safra, havido como comandante da administração do banco, havia renunciado ao cargo. Importante observar que David Safra atuou como verdadeiro “conselheiro fantasma”. Ao longo de todo o período em que os requerentes exerceram suas funções (mais de 14 meses) David Safra jamais compareceu a qualquer reunião do conselho".

(Atualização, às 16h52. A assessoria do Banco Safra enviou a seguinte nota: "O Banco Safra é uma instituição absolutamente ética, que adota as melhores práticas de governança do mercado. Essa ação é movida por dois conselheiros indicados por um acionista dissidente. O Banco Safra refuta todas as alegações e apresentará manifestação em juízo.")

ATualização, às 19h44. A família Safra enviou a seguinte nota: "Alberto Safra, não se contentou em atentar contra o Banco Safra e contratando o presidente e executivos do banco do próprio pai, agora ele processa a própria mãe e os irmãos, e alega que os membros da família que agem contra os interesses do banco. Se trata de um ação de um membro isolado contra toda sua família.")

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