Secretário Nacional do Consumidor de Lula, Wadih Damous conseguiu, em julho deste ano, acesso às centenas de mensagens em que é citado no episódio que ficou conhecido como Vaza-Jato.
Obtidas inicialmente pelo The Intercept Brasil e publicadas por diversos veículos em 2019, as mensagens revelam como procuradores da Lava-Jato, coordenados por Deltan Dallagnol, temiam qualquer possibilidade de o petista assumir, em 2015, o Ministério da Justiça no lugar de Eduardo Cardozo, durante a gestão Dilma Rousseff.
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Mas o que, exatamente, diziam essas mensagens?
São centenas de diálogos diários em que Wadih Damous é classificado pelos mais baixos adjetivos por ter atuado na Câmara contra as 10 medidas contra corrupção, à Operação Lava Jato e ao trabalho desenvolvido pelo então juiz Sergio Moro. “Em uma das mensagens, um procurador pergunta” Vocês querem evitar antes que ele seja nomeado ou querem ver o tombo?” A mensagem foi enviada na sequência de um link de uma reportagem em que Damous aparecia como cotado.
Em seguida, outro procurador diz: “se for Wadih, não terá pudor”. E outro lembra que o petista era suplente e assumiu como deputado titular na Câmara: “Será que tem material para investigação contra ele?” O colega responde: “Esse fdp merece grade”. A sequência de mensagens mostra o deboche com que procuradores tratavam parlamentares e também ministros do STF. Aliás, a presidente tinha o apelido de “Dilma-desastre”.
Nem mesmo Ricardo Lewandowski escapou dos ataques. No grupo lavajatista, o então ministro virou motivo de piada ao autorizar que Lula concedesse entrevista da prisão. “Lewando fravetizou”, disse um, emendando um “Fravetizowski”. Outro respondeu: “formados na mesma escola”, em referência a Rogério Fraveto, o juiz que tentou soltar Lula.
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