Lauro Jardim
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Cláudio Castro ofereceu na terça-feira um jantar ao bispo Abner Ferreira, homem forte da Assembleia de Deus de Madureira, uma das maiores denominações protestantes do país. O encontro no Palácio das Laranjeiras ficou de fora das redes e da agenda oficial do governador, que, naquela data, informou trabalhar apenas em “despachos internos” de sua administração.

A recepção a Abner acontece justamente no momento em que Castro aguarda, tenso, por uma decisão do STF para anular a delação de Marcos Vinícius da Silva, que o acusou de ter recebido propina antes de chefiar o Executivo. E quem relata o caso na Corte é o “terrivelmente evangélico" André Mendonça.

Abner e o próprio Mendonça já estiveram reunidos com Castro no mesmo Laranjeiras, em dezembro de 2021. Recém-aprovado pelo Senado para ocupar uma cadeira no STF, Mendonça fazia um périplo pelo Rio para agradecer a autoridades e líderes religiosos que o apoiaram na empreitada. Primeiro, almoçou com o bispo. Depois, foi com ele até Castro, com Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) à tiracolo.

Naquela ocasião, Castro, segundo a repórter Anna Virginia Balloussier, sugeriu até alterar a alcunha dada a Mendonça por Jair Bolsonaro, que indicou o discípulo ao Supremo. Católico, Castro disse que de “terrivelmente evangélico”, Mendonça deveria passar a “maravilhosamente evangélico”.

Na semana seguinte ao gracejo, Mendonça tomou posse como ministro numa cerimônia restrita diante dos protocolos da Covid-19. Castro não esteve presente, mas Abner sim, bem como outros líderes evangélicos.

Movimentos deles junto ao ministro, claro, seriam bem-vindos ao governador.

(Atualização às 22h: A equipe de Cláudio Castro enviou nota em que afirma que “não há qualquer relação entre encontro com representantes religiosos e processos judiciais”. O texto diz também que Castro “tem, em sua agenda de compromissos, celebrações de fé e eventos públicos com representantes de variados segmentos, o que faz parte do processo democrático (…)”. Ainda de acordo com a equipe de Castro, na terça, ele teria recebido 20 pastores, da mesma maneira como costuma receber empresários, políticos, jornalistas, terceiro setor, entre outros. Por fim, a nota diz que o encontro “não configura irregularidade, conduta questionável ou qualquer interferência em processos judiciais”).

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