Lauro Jardim
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Cláudio Castro voltou da Disney, na segunda-feira, tentando fazer as pazes com a opinião pública enquanto esconde um clima de guerra interna no Palácio Guanabara.

Além das suspeitas sobre propinas que constam numa decisão do ministro Raul Araújo, do STJ, Castro tenta rebater críticas à atuação do governo diante das chuvas que castigaram o estado. Ao mesmo tempo, como se já não fosse suficiente, Castro entrou em choque com próprio vice, Thiago Pampolha, que é secretário de Meio Ambiente e preside um comitê de chuvas.

Imbuídos em estancar a sangria do governador, auxiliares de Castro ficaram incomodados ao concluírem que Pampolha teria se sobreposto ao chefe nas entrevistas que deu sobre a tragédia, que deixou 13 mortos e milhares de desalojados. Na terça-feira, o vice falou por quase 20 minutos à TV Globo, enquanto Castro já havia retornado das férias em Orlando para cuidar do tema.

Pouco conhecido no estado, Pampolha, governador em exercício na ausência de Castro, ganhou uma janela inédita de visibilidade. Apareceu como porta-voz do estado, nos moldes do que Eduardo Paes estava fazendo na capital. 

Só que esses holofotes foram sucedidos por recados de reprovação de membros do governo a Pampolha. E também de um escanteio ao vice numa coletiva naquela tarde com ministros de Lula.

Logo que Castro retornou, na segunda, Pampolha sentou-se lado a lado ao governador numa reunião sobre as chuvas. Na terça, já em meio à desconfiança, ganhou uma posição distanciada. Numa cadeira entre os dois, foi colocado Rodrigo Bacellar, presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Bacellar, aliás, está no cerne da celeuma que aflige Castro em relação ao vice. O presidente da Alerj está de mudança do PL de Castro para o União Brasil, onde estava Pampolha. O vice, no entanto, migrou para o MDB. E Castro, alinhado ao bolsonarismo, se incomodou. Embora integrado à própria base no Rio, o novo partido de Pampolha, segundo Castro, estaria nacionalmente favorável a Lula. 

Apalavrado com Baleia Rossi, no entanto, Pampolha não recuou na nova filiação partidária. 

Castro, então, viajou para a Disney insatisfeito com o vice. Quando voltou debaixo de chuva e com o Pampolha em evidência, pareceu ainda menos satisfeito.

E tudo piorou, é claro, depois que veio à tona, na quarta, a decisão do STJ, baseada num relatório da PF, com indícios de que Castro teria recebido R$ 326 mil e US$ 20 mil em propinas antes de chefiar o estado.

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