Deputados por trás de impeachment de Lula são alvos de cassação por... atacarem palestinos

Deputados da oposição se mobilizaram na semana passada dispostos a desgastar o governo com um pedido de impeachment de Lula por causa das comparações da guerra em Israel com o Holocausto — não há chance desse pedido prosperar, mas o objetivo é corroer o prestígio do governo .

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Nas 53 páginas do documento, os parlamentares argumentam que Lula teria cometido um ato criminoso que o impede de continuar no cargo. Mas ao menos três dos coautores da denúncia contra Lula já foram alvos de representações ou pedidos de cassação do mandato por atacarem... palestinos.

Em novembro, o PT acionou o Conselho de Ética da Câmara contra Abílio Brunini (PL-MT) sob acusação de "tumultuar" e de "provocar celeumas e discórdias" durante audiência que debatia a situação do povo palestino na Faixa de Gaza. Na ocasião, Abílio defendeu que o governo brasileiro não enviasse ajuda humanitária de recursos e alimentos para a região.

Quem também virou alvo foi Carla Zambelli, que capitaneou o movimento contra Lula. A deputada entrou na mira do PSOL em novembro após compartilhar uma ilustração de um rato com a bandeira da Palestina sendo caçado por uma águia com flâmulas de Israel e EUA.

O partido entrou com uma representação no Conselho de Ética por quebra de decoro, uma vez que a publicação de Zambelli continha "discurso de ódio, xenofobia, racismo" além de ser "uma ode ao massacre que ocorre na Faixa de Gaza". Esse caso, no entanto, ainda está na gaveta de Arthur Lira.

Outro caso que também chegou ao Conselho de Ética foi uma postagem do deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) associando Lula ao Hamas e ao nazismo. Gleisi Hoffmann pede que o mandato do colega seja cassado pela "quebra de decoro", mas o processo não foi liberado por Lira.

Ao longo de 2023, 11 dos 140 deputados que endossam o impeachment de Lula foram alvos de pedidos de cassação de seus mandatos no Conselho de Ética por atitudes consideradas pelos próprios pares como “incompatíveis” com o decoro parlamentar.

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Entraram na mira do colegiado os deputados: Abílio Brunini, General Girão, Ricardo Salles, Zucco, André Fernandes, Maurício Marcon, Julia Zanatta, Eduardo Bolsonaro, José Medeiros, Nikolas Ferreira e Carla Zambelli. A maioria dessas representações, entretanto, já foi rejeitada pelo colegiado, assim como o impeachment de Lula deve ter o mesmo fim.