A Polícia Civil do Rio de Janeiro acaba de efetuar a primeira prisão no caso do advogado Rodrigo Marinho Crespo, executado no dia 26 com pelo menos onze tiros nos arredores das sedes fluminenses da OAB, do MP e da Defensoria Pública. O nome do suspeito detido é Cezar Daniel Mondego de Souza.
E onde Cezar Daniel trabalhava, pelo menos até semana passada? Na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), num cargo de assistente do Departamento de Patrimônio, para o qual recebia R$ 2,1 mil.
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- Eduardo Sobreira Moraes: Foragido, suspeito em execução de advogado no RJ foi nomeado para cargo na Alerj após o crime
Cezar Daniel estava na Alerj desde maio de 2019. Ele foi exonerado e substituído no último dia 29, depois do crime, por Eduardo Sobreira Moraes, também suspeito de participação no crime e foragido.
Os policiais acreditam que ambos participaram juntos do monitoramento à vítima antes da emboscada.
A nomeação de Eduardo apareceu três dias após o crime em Diário Oficial, e foi suspensa somente ontem pelo presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar. Ele substituiria Cezar Daniel no cargo, o que só não aconteceu porque virou alvo da Polícia Civil. O ato de nomeação cita os dois suspeitos (veja abaixo):
“A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (...) resolve: nomear Eduardo Sobreira Moraes (...) para exercer cargo em comissão de assistente IX, símbolo CCDAL-9, junto ao Departamento de Patrimônio, na vaga decorrente da exoneração de Cezar Daniel Mondego de Souza”.
A vaga em questão estava sendo preenchida por Cezar Daniel desde dezembro passado. Antes disso, entre maio de 2019, quando chegou à Casa, e novembro de 2023, ele vinha ocupando um cargo mais alto (de Assessor Parlamentar V), com salários que variaram entre R$ 4,9 mil e R$ 6,1 mil ao longo de quatro anos. Ambos os postos estavam relacionados ao Patrimônio da Alerj.
No fim de 2023, em 30 de novembro, o cargo de Cezar Daniel chegou a ser transferido para a assessoria da Presidência da Casa, exercida por Bacellar. O ato foi desfeito no dia seguinte e, depois disso, Cezar Daniel, mantido no Patrimônio, passou a ganhar menos (R$ 2,1 mil), até ser substiuído na semana passada por Eduardo Sobreira Moraes.
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