Lauro Jardim
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Mulheres que atualmente resolvem compor e cantar no Brasil estão em posição desfavorável aos homens quando se tratam de seus direitos autorais, conforme mostra um relatório inédito que a União Brasileira de Compositores (UBC) lança amanhã em referência ao Dia Internacional da Mulher.

Chamado de “Por Elas Que Fazem a Música”, o estudo é anual e mostra que, entre 2022 e 2023, a parcela de rendimentos das associadas ficou estagnada em 10% do total ganho por músicos ligados à entidade. No período, o número de mulheres nos quadros aumentou e chegou a 17% dos mais de 60 mil membros, mas os lucros delas não.

Assim, 90% dos “royalties musicais” seguem indo para os homens.

Recebem direitos autorais aquelas (e aqueles) que compõem canções, bem como as que interpretam, produzem, tocam instrumentos (as executantes) e fazem novas versões de músicas (as versionistas).

Na análise por rubrica, a desigualdade foi maior para as mulheres quando observados os direitos autorais pagos pela TV aberta (as associadas receberam 6% do montante pago pelas emissoras) e fechada (8%). As rádios (14%) e as reproduções digitais (10%) entregaram parcelas melhores — ainda díspares, enquanto os shows (10%) tiveram alta e foram destaque, graças a um boom pós-pandemia.

A desvantagem mais amena das compositoras ante a ala masculina foi de 15% dos direitos pagos por casas de festa, manifestações culturais, ambientes sonorizados, entre outros.

Um exemplo do abismo que separa as mulheres dos homens no mercado industrial, ainda segundo a UBC, está na lista dos cem associados com maior rendimento em 2023: somente 13 são do gênero feminino. Mais do que isso, a primeira artista a aparecer no ranking está na 21ª posição.

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