Lauro Jardim
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João Campos pulou o Carnaval do Recife este ano embalado por ganhos na popularidade digital, depois que platinou o cabelo (“nevou”, nas palavras dele) e apareceu dançando no palco do Marco Zero da capital pernambucana, onde acontecem os grandes shows do período. Beleza.

Viralizaram também, na vida real, milhares de tatuagens removíveis distribuídas gratuitamente, de maneira apócrifa, a quem estava pelas ruas recifenses no feriado. A origem do material é incerta.

Os itens estampavam o rosto de Campos junto a dizeres como “O prefeito perfeito”, “Meu prefeito é massa”, “Meu prefeito entrega tudo”, “Meu prefeito entrega tudo”, “Meu prefeito nevou”, entre outras expressões popularizadas nas contas oficiais do gestor público e que ajudam a promovê-lo (veja abaixo).

Seria uma eficiente solução de marketing político, não fossem as brechas abertas para que a sempre atenta oposição passasse a analisar se o caso caracteriza campanha eleitoral antecipada, já que Campos tentará a reeleição em outubro, ou distribuição de brindes, vedada pela Justiça Eleitoral.

A Prefeitura do Recife nega que tenha feito a contratação. E diz que a distribuição também não partiu de “servidores a ela vinculada” — o que inclui Campos. Completa ainda que, além das tatuagens, brincos, tiaras e adereços carnavalescos foram produzidos com a imagem do prefeito, à revelia dele.

Só que a mesma administração municipal também comprou tatuagens semelhantes para promover uma campanha de sua Secretaria de Turismo com foco no Carnaval. Foi em 8 de fevereiro, com despesa de R$ 7,3 mil para bancar 20 mil “tattoos” institucionais feitas pela Tatuagem Mania.

A fábrica fica em São Paulo e é justamente a que produziu as tatuagens com o rosto de Campos. Duas notas fiscais de 17 e 31 de janeiro atestam que R$ 42,2 mil foram cobrados pela empresa para produzir 15 mil tatuagens sobre o prefeito. A encomenda partiu da gráfica MXM, que em 2020 foi a maior fornecedora da campanha que levou Campos ao cargo, recebendo quase R$ 1,6 milhão.

A gráfica, a preferida dos quadros do PSB no estado, nega que tenha sido Campos o contratante das tatuagens terceirizadas. Diz que o pedido partiu, na verdade, de “um grupo de pessoas que se apresentaram como admiradores da personalidade política”. A oposição, porém, custa a acreditar.

Tatuagens removíveis com a figura de João Campos — Foto: Reprodução
Tatuagens removíveis com a figura de João Campos — Foto: Reprodução
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