Lauro Jardim
PUBLICIDADE
Lauro Jardim

Informações exclusivas sobre política, economia, negócios, esporte, cultura.

Informações da coluna

Miguel Gutierrez — o ex-chefão da Americanas que, agora, está na mira da PF e da Interpol — evitou retornar da Espanha para o Brasil, quase um ano atrás, para prestar depoimento à CPI que apurava na Câmara as fraudes da varejista. Em vez disso, sugeriu uma oitiva por videoconferência diante dos deputados, o que foi negado. Assim, enviou uma carta de 17 páginas ao colegiado, defendendo-se de acusações.

No texto, Gutierrez falava de si mesmo como “um conveniente bode expiatório para ser sacrificado em nome da proteção de figuras notórias e poderosas do capitalismo brasileiro”. Referia-se ao trio de acionistas de controle da Americanas: Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira — o último citado nominalmente no texto por Gutierrez, que dizia se reportar a Sicupira em relação a todos os “assuntos relevantes” da companhia.

A Americanas (e o trio por trás dela) devolveu a “batata quente” a Gutierrez. Em nota divulgada à época, a empresa afirmou que um relatório de comissão independente indicava que suas demonstrações contábeis “vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas, capitaneada pelo senhor Miguel Gutierrez”.

A todo o tempo, na mensagem enviada ao Congresso, Gutierrez negava participação ou conhecimento das fraudes contábeis. A PF, conforme mostra a Operação Disclosure, deflagrada hoje, discorda da versão do ex-CEO. Ele chegou a prestar depoimento à PF, bem como à CVM e ao comitê independente criado pela própria Americanas para investigar o caso.

Em agosto, disse à CPI que estava tratando um problema renal e, por isso, não poderia vir ao Brasil. O problema renal, pelo visto, não foi curado pela medicina espanhola...

Mais recente Próxima Após tentativa de golpe, Lula mantém previsão de viagem à Bolívia

Inscreva-se na Newsletter: Lauro Jardim