Lauro Jardim
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Em abril, o ministro Luiz Marinho disse que havia pactuado com Arthur Lira para que, na semana de 12 de junho, o projeto de lei que regula o trabalho dos motoristas de aplicativo fosse votado na Câmara. Como vem acontecendo desde o primeiro semestre do ano passado, quando o governo Lula criou oficialmente um grupo de trabalho para formular propostas que resultassem numa lei, nenhuma das promessas do governo neste tema consegue andar nos prazos desejados pelo Palácio do Planalto.

E neste caso, tudo caminha para mais uma frustração do governo. O presidente da Câmara está disposto a cumprir o acordo, mas o substitutivo do deputado Augusto Coutinho, que modificou a proposta de lei complementar encaminhada pelo governo em março, é alvo de muitas críticas. Assim, o projeto tende a ser derrotado ser for votado em plenário.

Seria mais uma derrota no Congresso para a coleção recente do governo. A interlocutores na Câmara, Lira tem dito que "é cumpridor de acordos", mas antes de pautar o texto terá uma conversa com o ministro do Trabalho. Caberá a Marinho decidir se quer se arriscar a mais um revés no Parlamento. Ou se prefere adiar a votação. E não seria uma votação qualquer: esse é um tema em que Lula, desde a campanha eleitoral, considera um dos mais relevantes para o seu mandato.

O texto do relator é alvo de críticas das empresas (Uber et etc.) e não tem o apoio dos próprios motoristas. Para as empresas, as modificações feitas por Coutinho criam burocracias desnecessárias e dificultam o bloqueio (ainda que temporário) de motoristas que foram alvos de reclamações dos usuários, entre outros senões.

Quem acompanha de perto esse debate já duvida que o projeto de lei seja votado tão cedo, uma vez que falta pouco mais de um mês para o recesso de julho. E, no segundo semestre, o Congresso vai estar em ritmo mais do que lento por causa das eleições.

Essa é só uma parte das frustrações do governo com o tema.

O projeto de lei que está sendo discutido na Câmara refere-se apenas aos motoristas de aplicativo. No caso dos entregadores por aplicativo (iFood, Rappi etc.), a situação é ainda pior.

Tudo está num estágio anterior: a discussão está parada e ainda se encontra no âmbito no Ministério do Trabalho. Novas reuniões para tentar dar tração a esse ramo do trabalho por aplicativos só devem acontecer em agosto.

Portanto, alguma regulamentação, se houver, deve ficar para o ano que vem. 

(Atualização,às 14h34.O deputado Augusto Coutinho enviou a seguinte nota : "O relatório será apresentado na próxima terça-feira à Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara. Há acordo entre o governo e a presidência da Casa para que o projeto seja votado de forma célere. É importante ressaltar que nosso parecer foi elaborado e continua a ser aperfeiçoado a partir do constante diálogo com o governo, a categoria e as empresas. Nosso objetivo é construir uma regulamentação que proteja os trabalhadores e confira segurança jurídica às empresas, sem inviabilizar a continuação da atividade no país.")

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