Lauro Jardim
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Dias Toffoli assistiu in loco à final da Champions League entre Real Madrid e Borussia Dortmund, no estádio de Wembley, no sábado passado. E com direito a vista privilegiada — afinal, é um ministro do Supremo.

Toffoli era um dos convidados do camarote comprado pelo empresário Alberto Leite, dono da FS Security e próximo do governo de Jair Bolsonaro.

Questionado, Toffoli disse que as passagens, hospedagem e outras despesas foram pagas por ele. Recusou-se a informar, contudo, se houve gastos com segurança na viagem.

Entre abril e maio, Toffoli usou R$ 99,6 mil de recursos públicos para pagar 25 diárias internacionais de um segurança em Londres e Madrid, como revelou a “Folha de S. Paulo”. Ontem, o jornal também mostrou que o STF gastou R$ 200 mil em diárias com quatro seguranças em viagem de ministros no fim do ano passado aos EUA.

Toffoli teve outro encontro com Leite. Compareceu, na véspera do jogo, ao jantar de aniversário do empresário. A comemoração contou também com a presença de políticos. 

Leite chegou a publicar em seu perfil no Instagram uma foto ao lado do ministro, mas apagou pouco depois. O registro, com ambos sorridentes, constava em um “carrossel” (post com várias imagens em sequência) no qual aparecem outras personalidades.

À coluna, Leite negou que Toffoli tenha ido como seu convidado, mas confirmou que o encontrou e posou para uma foto ao lado dele. Disse ainda que não se lembrava da publicação e nem de tê-la apagado. Explicou que tem uma equipe que cuida de suas redes sociais e mandou algumas imagens para sua turma selecionar.  Pelo visto, selecionaram a foto errada...

Leite, aliás, foi patrocinador do 1º Fórum Jurídico Brasil de Ideias, também na capital inglesa, que reuniu em abril nomes como Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Paulo Gonet e o próprio Toffoli.

Em nota, Toffoli afirmou que “nenhuma viagem reduz o ritmo de trabalho e os estudos por parte do ministro, que segue trabalhando em seus votos, em suas decisões e participando das sessões colegiadas”. Acrescentou que em nenhuma delas recebeu passagens ou diárias do STF e que a orientação da segurança é não informar razões e locais de deslocamento.

Eis a íntegra da nota:

“As passagens, hospedagem e outras despesas foram pagas pelo próprio ministro; já os gastos com segurança estão disponíveis de modo globalizado no portal da transparência. Quando tomou posse no Supremo Tribunal Federal, o Ministro Dias Toffoli herdou um acervo de 12 mil processos e o entregou à Ministra Cármen Lúcia em 2018, ao assumir a Presidência do STF, com menos de 2 mil processos. Atualmente, segundo dados estatísticos do Tribunal, que são públicos, o Ministro Toffoli tem o segundo menor acervo do Supremo Tribunal Federal. Nenhuma viagem reduz o ritmo de trabalho e os estudos por parte do ministro, que segue trabalhando em seus votos, em suas decisões e participando das sessões colegiadas. Além disso, em nenhuma viagem o Ministro recebeu passagens ou diárias do STF. Segundo o gabinete, a orientação da segurança é não informar razões e locais de deslocamento”.

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