Lauro Jardim
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Jair Bolsonaro está irritado com Alexandre Ramagem por ter gravado a reunião de agosto de 2020 em que foram discutidas possíveis providências da Abin a favor de Flávio Bolsonaro no caso das “rachadinhas”. A crise, deflagrada a partir de quinta-feira, pode derrubar a pré-candidatura de Ramagem à Prefeitura do Rio pelo PL. Beleza. Mas quem assumiria o lugar dele?

No pano de fundo da celeuma, está um “xadrez” em que duas peças foram derrubadas pelo próprio Bolsonaro e seus aliados (com “empurrãozinho” da Justiça Eleitoral em um dos casos). São elas:

* Flávio Bolsonaro, filho “Zero Um” do ex-presidente, que já concorreu a prefeito do Rio em 2016 (ficou em quarto lugar) e se mostrou interessado em repetir a disputa este ano, se o pai “abraçasse de verdade a campanha”. Em maio de 2023, Bolsonaro vetou a possibilidade e designou a Flávio outra tarefa: “Nas eleições de 2024, quero ele organizando os palanques nos 92 municípios do Rio”. Por trás da opção, havia o risco de Flávio perder para o projeto de reeleição de Eduardo Paes, líder das pesquisas de intenção de voto e apoiado por Lula. Seria a segunda derrota para o PT em dois anos;

* Braga Netto, vice da chapa de Bolsonaro em 2022, também trabalhou para se candidatar a prefeito e foi esvaziado pelo capitão da reserva. Já em março de 2023, direto dos EUA, Bolsonaro participou via videochamada de uma reunião do diretório carioca do PL e descartou uma candidatura do general, incumbido de auxiliar Valdemar Costa Neto na estruturação das nominatas do partido (para o Legislativo, inclusive) em todo o país. Em outubro, o TSE declarou Braga Netto inelegível por abuso de poder político na última eleição, sepultando de vez suas chances.

Uma substituição de Ramagem, portanto, exigiria uma curva no discurso sobre Flávio (arriscando a derrota diante de Paes e do PT) ou a opção por um bolsonarista ainda não ventilado.

A troca aconteceria após o lançamento da pré-candidatura, feito num evento há quatro meses, com Ramagem e Bolsonaro lado a lado. E com materiais de campanha já em produção pela equipe do marqueteiro Paulo Vasconcelos. Daí a insistência, nas últimas 48h, dos “bombeiros” do PL para manter Ramagem de pé, apesar da irritação do ex-presidente.

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