Lauro Jardim
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O Datafolha entra em campo na terça-feira, 6,  para medir as intenções de voto à prefeitura de São Paulo. Em dois dias, entre terça-feira e quinta-feira, 1.092 eleitores da capital paulista serão entrevistados presencialmente. O resultado será divulgado já no início da noite da própria quinta-feira. A pesquisa foi encomendada pela Folha da Manhã (empresa que edita a "Folha de S. Paulo")  a um custo de R$ 95 mil. A margem de erro é de três pontos percentuais.

É a primeira pesquisa do instituto após a realização das convenções que chancelaram todos os  candidatos. É também a primeira que pode captar os efeitos de dois abacaxis que caíram no colo de Ricardo Nunes e Guilherme Boulos.

O abacaxi de Nunes é mais azedo, pois trata-se de um caso de suspeita de corrupção: o inquérito que apura desvios em verbas para creches municipais e no qual o prefeito é um dos investigados. Uma história que explodiu justamente na semana da convenção de hoje do MDB, que originalmente seria o pontapé inicial festivo de sua campanha.

Mas o abacaxi de Boulos é também indigesto. Um abacaxi ideológico: Boulos não se posicionou ainda de forma contundente sobre as fraudes na eleição da Venezuela. Ao contrário dos seus principais adversários, que já se posicionaram contra as traquinagens do ditador Nicolás Maduro, o candidato de Lula está jogando na retranca, esperando a posição oficial do Itamaraty sobre o pleito.

O questionário do Datafolha começa querendo saber em quem o entrevistado votará  "se os candidatos fossem esses". O pesquisador, então, apresenta dois cenários. Um com todos os candidatos e outro sem José Luiz Datena.

Será uma boa oportunidade para medir o "fator Datena" no primeiro turno e, certamente, dar uma noção mais acurada do quadro eleitoral se o apresentador desistir — o fantasma da desistência vai assombrá-lo por toda a campanha. 

A pesquisa vai testar o grau de conhecimento do eleitor em relação aos candidatos José Luiz Datena (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Kim Kataguiri (União), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB), Tabata Amaral (PSB), Altino (PSTU), João Pimenta (PCO), Ricardo Senese (UP) e Fernando Fatauzzi (DC): "conhece muito bem", "conhece um pouco", "ouviu falar" ou "não conhece".

A pergunta seguinte tema intenção de medir a rejeição desses candidatos. O entrevistador vai lendo os nomes e o entrevistado deve dizer se considera votar neste candidato ou se "não votaria nele de jeito nenhum".

O questionário sobre a intenção de voto do entrevistado é fechado com uma pergunta sobre um eventual segundo turno. Só inclui um cenário: Boulos versus Nunes. Curiosamente, o Datafolha,  assim como fez a Quaest na semana passada, não inseriu um cenário com Datena, por exemplo.  

A pesquisa Datafolha vai medir também a popularidade de Lula, Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas e suas respectivas capacidades de transferir votos. 

Na última pesquisa Datafolha, realizada no início de julho, Ricardo Nunes obteve 24%, Boulos, 23% e Datena com 11% das intenções de votos. Tabata apareceu com modestos 7% e Marçal com 10%.

(Atualização, no dia 5 de agosto.. A propósito da pesquisa, a executiva nacional do PSDB enviou a seguinte nota: "Incompreensível o critério do Datafolha de excluir o candidato José Luiz Datena de cenários de primeiro e segundo turnos de sua próxima pesquisa, a ser divulgada nesta semana, segundo registro no TSE. Datena é candidato já aprovado em convenção, apareceu em terceiro lugar no levantamento do próprio Datafolha de um mês atrás, está em primeiro na Quaest —o que demonstra que ele está crescendo à medida em que a população conhece sua candidatura—, e temos convicção de que ele estará no segundo turno. Duas outras pesquisas a serem divulgadas também nesta semana —dos institutos AtlasIntel e Paraná Pesquisas— simulam cenários de segundo turno com a presença de Datena. Sendo assim, o que motiva o Datafolha a excluir Datena dos cenários da pesquisa?")

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