Lauro Jardim
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A deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) pediu à Polícia Federal que apure se Ricardo Nunes facilitou um suposto esquema de corrupção e conflito de interesses no caso da "máfia das creches", ao revogar em 2022 uma portaria que limitava os valores pagos para aluguéis nas creches conveniadas.

O prefeito de São Paulo foi acusado, por uma mulher indiciada no caso, de receber repasses financeiros oriundos de um esquema criminoso, cujo objetivo seria desviar recursos públicos de unidades de educação infantil da capital paulista.

Em ofício enviado à PF, a parlamentar afirma que é "no mínimo suspeito que que Nunes, investigado pelo desvio de recursos municipais enviados às creches para arcar com gastos de aluguéis, alimentos e outras despesas, tenha derrubado uma portaria que limitava a 0,8% do VVR os valores dos aluguéis pagos a entidades parceiras e suportados com recursos repassados pelo Município de São Paulo".

De acordo com o documento, a empresa Crescent Empreendimentos Participações LTDA, proprietária de dois imóveis locados pela Associação Amiga da Criança e do Adolescente (Acria) para sediar creches, tem como sócio Valderci Malagosini Machado, ex-subprefeito indicado por Nunes. Ele é apontado como um dos administradores da Acria, entidade que gere creches conveniadas da prefeitura de São Paulo.

Ainda segundo o ofício, foi verificado um suposto superfaturamento que a Crescent está obtendo com a locação dos dois imóveis à Acria, já que o valor venal de referência usado como parâmetro sugere que os espaços deveriam ser alugados por quantias bem menores.

A deputada estima que a Creche Santa Maria deveria ser alugada por cerca R$ 17,4 mil, mas o a Crescent recebe da Acria R$ 45 mil por mês. Já a creche Parque Lago, aponta, deveria ter aluguel de R$ 4,8 mil, embora arque com R$ 11 mil mensais.

Diz o ofício:

"Por todo o exposto, peço que a Polícia Federal inclua na investigação em curso sobre a “máfia das creches” a conduta de Valderci Malagosini Machado, bem como a de Ricardo Nunes, de modo que ambos sejam responsabilizados pelas infrações cometidas, assegurando, assim, que os recursos destinados ao setor educacional sejam empregados de maneira adequada e eficiente no Município de São Paulo".

(Atualização às 19h55: A assessoria de Ricardo Nunes entrou em contato e afirmou que “os dois imóveis citados pela deputada do PSOL foram alugados pelo governo Fernando Haddad, do PT.”)

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