O ex-presidente Jair Bolsonaro é um dos alvos da operação da Polícia Federal (PF) desta quinta-feira (8), que prendeu seu ex-assessor para assuntos internacionais Filipe Martins. De acordo com fontes da PF, Bolsonaro, intimado nesta manhã em sua casa em Angra dos Reis (RJ), está proibido de manter contato com os demais investigados, inclusive através de advogados. Também está proibido de sair do país.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator dos casos relativos ao 8 de janeiro, também ordenou que a PF recolha os passaportes do ex-presidente em 24 horas. No momento em que os agentes chegaram à casa de Bolsonaro, ele disse que não estava com os passaportes e, portanto, não tinha como entregá-los.
Outro alvo da operação foi o ex-assessor Planalto Filipe Martins, preso nesta manhã. Ele é uma das quatro pessoas que teve ordem de prisão preventiva contra ele, além do coronel Marcelo Costa Câmara, que também foi assessor de Bolsonaro, e do major do Exército Rafael Martins de Oliveira, com formação em Forças Especiais.
Uma das hipóteses com as quais a PF trabalha para explicar a forma como os manifestantes golpistas avançaram sobre a sede dos três Poderes é a de que eles tenham usado técnicas de campo das Forças Especiais.
De acordo com os investigadores, Filipe Martins teria sido quem apresentou a Bolsonaro a minuta de golpe que acabou apreendida na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Uma das fontes que a PF usou para chegar a essa conclusão foi a delação do tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.
Segundo o relato de Cid à Polícia Federal, Martins disponibilizou a versão do texto no formato impresso e digital para que fossem feitas as mudanças pedidas por Bolsonaro. Nesse contexto, ele teria ido mais de uma vez ao Palácio da Alvorada, onde Bolsonaro estava tratando uma infecção na pele.
A operação de hoje, batizada de Tempus Veritatis, também mira os ex-ministros Walter Braga Netto (Defesa), Augusto Heleno (GSI), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e Anderson Torres e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
Estão sendo executados 30 mandados de busca, apreensão e prisão preventiva.