Malu Gaspar
PUBLICIDADE
Malu Gaspar

Análises e informações exclusivas sobre política e economia

Informações da coluna

Por Johanns Eller

A derrota do governador Rodrigo Garcia (PSDB) já no primeiro turno, que desalojará os tucanos do Palácio dos Bandeirantes pela primeira vez desde 1994, tem sido encarada pelos próprios tucanos como o fim do partido. Na avaliação de lideranças e até de integrantes da sua campanha, Garcia cometeu um grave erro estratégico ao não se posicionar na eleição presidencial.

Garcia ficou atrás dos oponentes Fernando Haddad (PT) e o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), que lidera neste momento a apuração segundo números do Tribunal Superior Eleitoral.

São Paulo era o principal bastião do PSDB, que governou o Brasil por dois mandatos, no país. Segundo maior PIB do país, atrás apenas da União, o estado era governado pela sigla há sete mandatos consecutivos, com exceção de breves períodos nos quais o Palácio dos Bandeirantes esteve sob o comando interino de vices.

Após a vitória expressiva de Jair Bolsonaro nas urnas em 2018, o bolsonarismo ocupou o vácuo deixado pelo PSDB na linha de frente do antipetismo.

Com a derrota de Garcia em São Paulo, resta aos tucanos disputar o governo de três estados menores, em campanhas difíceis. O próprio governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que começou a corrida eleitoral como favorito, quase não foi para o segundo turno com o bolsonarista Onyx Lorenzoni.

Garcia foi vice de João Doria, que deixou o cargo amargando alto índice de rejeição. Na campanha, porém, decidiu não apenas se descolar do antecessor, mas também não subir em nenhum palanque de candidato a presidente - nem o de Simone Tebet, cuja vice, Mara Gabrilli, é tucana e senadora por São Paulo.

Imaginava, assim que poderia captar votos de vários presidenciáveis, sabendo que é comum o voto local não acompanhar o voto nacional. Agora, diante da derrota, tucanos paulistas ouvidos pela equipe da coluna ironizam Garcia dizendo que "quem muito quer, nada tem".

“Ele foi alertado o tempo todo sobre os riscos, e não ouviu ninguém. Nem os mais experientes”, avaliou um interlocutor da campanha tucana.

Dentro do PSDB, a opção por negar o legado de Doria, como a vacina CoronaVac, a primeira aplicada no país contra a Covid-19, também contribuiu para a conjunção de fatores que lhe custaram o segundo turno.

“O governador tinha todas as chances para marcar até 35% no primeiro turno. Mas, ao invés de falarem da vacina contra a Covid-19, preferiram falar do Fusca do governador”, disse uma fonte do PSDB em referência às inserções de TV que exibiam Garcia circulando com seu Fusca pelo estado.

Atualização às 23h44 - O texto foi alterado para incluir a informação a respeito dos candidatos do PSDB que ainda disputam o segundo turno para os governos estaduais

Mais recente Próxima