Malu Gaspar
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Informações da coluna

Por Johanns Eller

O Governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, durante Reunião com representantes do Setor de Turismo e Aviação - ABEAR Isadora de Leão Moreira / Governo do Estado de SP

O governo do estado de São Paulo, comandado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), não decretou luto oficial pela morte da cantora Rita Lee, falecida na última segunda-feira aos 75 anos. Uma das maiores artistas da história da música brasileira, Rita nasceu e morreu na capital paulistana e começou sua carreira artística no estado nos anos 60.

Procurado pela equipe da coluna, o governador Tarcísio de Freitas alegou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia decretado luto nacional. No entanto, mapeamos pelo menos cinco ocasiões em que tanto o governo federal quanto o Palácio dos Bandeirantes manifestaram pesar pela morte de figuras públicas.

A mais recente delas aconteceu há menos de seis meses, em dezembro de 2022, quando o então governador Rodrigo Garcia (PSDB) decretou luto de sete dias pela morte de Pelé. O mesmo caminho foi adotado por Jair Bolsonaro, que estipularia um período menor, de três dias.

A homenagem simultânea já foi adotada por diferentes governadores paulistas e presidentes da República por ocasião da morte de políticos, artistas, líderes religiosos e acadêmicos.

É o caso, por exemplo, do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto em 2014 enquanto concorria à presidência, homenageado por Geraldo Alckmin (na época no PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Os dois políticos também decretaram luto pela morte de José Alencar (PRB), ex-vice-presidente do Brasil falecido em 2011, e o arquiteto Oscar Niemeyer, em 2012.

A ex-primeira-dama Ruth Cardoso, mulher de Fernando Henrique Cardoso, foi homenageada pelo então governador paulista José Serra (PSDB) e por Lula, à época no seu segundo mandato. A morte do Papa João Paulo II, em 2005, mobilizou decretos do presidente petista e de Alckmin, seu atual vice e na época em seu segundo mandato à frente do Bandeirantes.

A lacuna no caso de Rita Lee chama atenção, uma vez que a prefeitura de São Paulo decretou luto oficial pela figura do prefeito em exercício Milton Leite (União). Ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio, que se diz bolsonarista, tem evitado melindrar a base de apoio ligada ao seu padrinho político.

Rita Lee, por sua vez, era crítica contumaz do governo Bolsonaro. Conhecida pela irreverência, ela chegou a apelidar o tumor que acometeu seus pulmões de “Jair”, em referência ao ex-presidente.