Malu Gaspar
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Por Rafael Moraes Moura — Brasília

A minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres era a “última fase” de um plano bolsonarista para derrubar o Estado democrático de direito. Esse é um dos principais pontos levantados pelo PDT contra o ex-presidente Jair Bolsonaro na ação que pode declará-lo inelegível no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A manifestação da legenda consta nos argumentos finais enviados aos ministros da corte eleitoral na véspera do julgamento.

A minuta golpista orientava a decretação de um estado de defesa no TSE e daria poderes a Bolsonaro para interferir na atuação da Corte, o que é flagrantemente inconstitucional.

“O referido documento era a materialização da última fase de um plano milimetricamente traçado para derrubar o Estado Democrático de Direito, o qual remete ao teor do discurso de 18/07/2022”, sustenta a legenda, autora da ação que está sendo julgada nesta quinta-feira, em referência à fala de Bolsonaro na polêmica reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, repleta de ataques infundados à lisura do processo eleitoral.

A pedido do PDT, a minuta golpista foi incluída na ação, que trata dos sistemáticos ataques de Jair Bolsonaro às urnas eletrônicas, sistema usado pelos eleitores brasileiros desde 1996 – até hoje sem nenhuma acusação de fraude comprovada.

"Seria impossível que o primeiro investigado (Jair Bolsonaro) não tivesse ciência da existência da 'minuta do golpe', sobretudo porque o Senhor Anderson Torres também já tinha lido o documento. O primeiro investigado e o senhor Anderson Torres, mesmo que não tenham redigido o documento, sabiam da sua existência e nada fizeram. Não deram publicidade, não convocaram a imprensa brasileira, não deram início às investigações. Nada", sustenta o PDT.

Assim que a minuta golpista veio à tona, em janeiro, a defesa de Bolsonaro alegou ao TSE que a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres é “apócrifa”, nunca foi publicada e “nunca extravasou o plano da cogitação”.

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