Malu Gaspar
PUBLICIDADE
Malu Gaspar

Análises e informações exclusivas sobre política e economia

Informações da coluna

Por Johanns Eller

Indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva há 20 dias, o advogado Cristiano Zanin ainda não se desvinculou de oito ações propostas pela campanha presidencial do PT contra Jair Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O parceiro de Zanin nas ações, Eugênio Aragão, disse à equipe do blog que, embora não haja um prazo legal para isso ocorrer, o advogado de Lula deixará os casos logo após a confirmação da indicação pelo Senado, dada como certa no meio político e jurídico.

Como os senadores devem votar sua nomeação no mesmo dia da sabatina, prevista para a próxima quarta-feira (21), Zanin deve se desligar dos processos nos próximos dias.

Aragão e Zanin integram a banca de advogados contratados pela coligação presidencial de Lula, composta por dez partidos (PT, PCdoB, PV, Solidariedade, PSOL, Rede, PSB, Agir, Avante e Pros), durante o período eleitoral.

Segundo a prestação de contas da campanha ao TSE, o escritório de Zanin recebeu R$ 1,2 milhão pelos serviços prestados, pagos com recursos do fundo eleitoral. O escritório de Aragão recebeu a mesma quantia.

O indicado ao STF foi contratado pela campanha do PT após a bem-sucedida atuação como advogado de Lula nos casos da operação Lava-Jato, na área criminal.

Como mostramos no início de junho, Zanin representou o petista em 82 ações no Supremo, quase 60% de todos os processos envolvendo seu nome na corte. Ele foi o responsável pela tese que anulou as condenações de Lula e o reabilitou politicamente.

Já na área eleitoral, a campanha do PT ajuizou oito ações de investigação judicial eleitoral, as chamadas Aijes, no TSE entre setembro e dezembro de 2022.

Os processos tratam de supostas irregularidades cometidas pelo então presidente e candidato à reeleição no período eleitoral. Os motivos vão desde as operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em redutos lulistas no segundo turno da eleição presidencial até o discurso de Bolsonaro na assembleia-geral das Nações Unidas, passando pela concessão ilegal de benefícios aos eleitores e o uso político do bicentenário da independência.

A saída de Zanin deve coincidir com o julgamento da primeira ação de investigação judicial eleitoral (Aije) contra Bolsonaro relativa às eleições de 2022, que começa nesta quinta-feira e pode se estender até o início da semana que vem. A condenação é esperada até pelo partido do ex-presidente, o PL.

Esse processo, porém, não foi iniciado pelo PT e sim pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). Diz respeito à reunião de Bolsonaro com embaixadores no Palácio da Alvorada, marcada por ataques ao sistema eleitoral e pela disseminação de informações falsas sobre urnas eletrônicas.

Existem ao todo 16 ações contra Bolsonaro no TSE. Além das oito protocoladas pela campanha de Lula, o PDT, que lançou Ciro Gomes como candidato à presidência no ano passado, apresentou seis ações. As duas restantes são assinadas pela ex-presidenciável Soraya Thronicke (União-MS).

Mais recente Próxima A viagem de Bolsonaro durante o julgamento no TSE que deve torná-lo inelegível