Malu Gaspar
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Informações da coluna

Por Rafael Moraes Moura — Brasília

O presidente da CPI dos Ataques Golpistas, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), disse nesta terça-feira (11) à equipe da coluna que foi um "erro" e “ruim” para a imagem do Exército o tenente-coronel Mauro Cid prestar depoimento à comissão usando farda.

“Acho que foi errado. Eu acho que foi ruim para a imagem do Exército. Eu sou um entusiasta e uma pessoa que tem muita admiração pelo Exército, tenho falado isso repetidamente durante a CPMI. E acho que era melhor ter separado as coisas”, disse Maia à reportagem.

"Como presidente, tenho evitado fazer pré-julgamento de qualquer pessoa que está sendo investigada. Agora, obviamente, o tenente-coronel está sendo investigado em inquéritos no Supremo Tribunal Federal, uma série de coisas, está preso", acrescentou.

Segundo o Exército, partiu da própria força a orientação para que o tenente-coronel usasse o uniforme durante o depoimento aos parlamentares.

O militar está preso há mais de dois meses por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após entrar na mira de uma investigação sobre um esquema de fraude em carteiras de vacinação.

De acordo com um comunicado do Exército, Cid foi orientado pelo Comando do Exército a comparecer fardado à CPI do 8 de janeiro "pelo entendimento de que o militar da ativa foi convocado para tratar de temas referentes à função para a qual fora designado pela Força".

Durante cerca de sete horas de depoimento, Mauro Cid se negou a responder às perguntas feitas pelos parlamentares, tanto governistas quanto os da oposição.

Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel avisou no início da sessão que ficaria calado ao ser indagado sobre assuntos que poderiam incriminá-lo, amparado em uma decisão da ministra do STF Cármen Lúcia.

“O meu sentimento em relação a ele – isso obviamente que não o isenta da responsabilidade dos crimes que ele eventualmente cometeu –, como pai, como homem mais velho do que ele, eu senti muita pena dele, porque as informações que eu tenho dele, de um homem brilhante, trabalhador, estar envolvido em tudo isso”, comentou o presidente da CPMI.

Como revelou a equipe da coluna no mês passado, a Polícia Federal encontrou no celular de Cid a minuta de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e materiais que dariam suporte a um eventual golpe de estado para impedir a posse do presidente Lula.

Um dos auxiliares mais próximos de Bolsonaro, Cid entrou na mira de uma série de investigações, desde a suposta fraude no cartão de vacina até a tentativa de reaver joias entregues pelo governo da Arábia Saudita.

Procurado pela equipe da coluna, o Exército ainda não se manifestou sobre as declarações do presidente da CPI.

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