Malu Gaspar
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Por Rafael Moraes Moura — Brasília

O relatório da Polícia Federal que subsidiou a decisão do ministro Alexandre de Moraes aponta que “há fortes indícios” de que o general do Exército Mauro Lourena Cid e o seu filho, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, utilizaram o aparelho estatal para desviar bens do patrimônio brasileiro com o objetivo de “gerar o enriquecimento ilícito” do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Os elementos de prova colhidos demonstraram que na gestão do ex-Presidente foi criada uma estrutura para desviar os bens de alto valor presenteados por autoridades estrangeiras ao ex-Presidente da República, para serem posteriormente evadidos do Brasil, por meio de aeronaves da Força Aérea brasileira e vendidos nos Estados Unidos”, aponta o relatório da PF.

Para a PF, esses fatos, “além de ilícitos criminais, demonstram total desprezo pelo patrimônio histórico brasileiro e desrespeito ao Estado estrangeiro, cujos presentes ofertados, em cerimônias diplomáticas, podem retratam aspectos de suas culturas e representa um gesto de cortesia e hospitalidade ao Brasil, representado naquele momento pelo Presidente da República".

A Policia Federal constatou, durante as investigações sobre o sumiço das joias sauditas recebidas de presente por Jair Bolsonaro, que o general Lourena Cid não só ajudou a vender as joias nos Estados Unidos como atuou para ajudar a recomprá-las quando o Tribunal de Contas da União (TCU) ordenou que o ex-presidente as devolvesse.

De acordo com as informações recolhidas pela Polícia Federal, Lourena Cid atuou na venda de várias outras joias e objetos recebidos de presente pelo então presidente Jair Bolsonaro. Ele morava em Miami e foi chefe da agência de fomento ao comércio exterior (Apex) até o último dia da gestão Bolsonaro.

"Há fortes indícios de que Mauro Cesar Lourena Cid praticou atos de lavagem de capitais, se unindo, em unidade de desígnios, com os demais investigados, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos recursos financeiros decorrentes da alienação dos bens desviados do acervo público brasileiro", aponta a PF.

Segundo a PF, Lourena Cid e seu filho encaminharam objetos desviados, do acervo público brasileiro, para estabelecimentos comerciais nos EUA, com o objetivo de serem avaliados e vendidos por meio de leilão.

Lourena Cid seria a pessoa responsável para receber, em nome de Jair Bolsonaro, esses recursos decorrentes da venda desses bens do patrimônio nacional.

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