A Polícia Federal está tentando recuperar as mensagens apagadas do celular do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, que entrou na mira da CPI de 8 de Janeiro e está preso preventivamente desde agosto deste ano por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Conforme revelou a equipe da coluna, Silvinei tinha no celular apreendido pela PF fotos dos ditadores Adolf Hitler e Benito Mussolini, registros ao lado do clã Bolsonaro, imagens que mostram seu culto pelas armas – e até áudios com xingamentos e cobranças sobre os bloqueios em rodovias federais promovidos pela PRF no dia do segundo turno das últimas eleições.
Acontece que o ex-chefe da PRF que era homem de confiança de Bolsonaro tinha o hábito de apagar as próprias mensagens enviadas, numa tentativa de sumir com os seus rastros.
A PF chegou a essa conclusão depois de perceber que o material encontrado no celular de Silvinei era formado apenas por conteúdos recebidos pelo ex-chefe da PRF.
Não havia no celular, por exemplo, mensagens mensagens que ele enviou a outros investigados pela Polícia Federal e que foram encontradas nos telefones apreendidos dessas pessoas, investigadas na mesma apuração sobre que busca aprofundar as investigações sobre o uso político da Polícia Rodoviária Federal contra eleitores de Lula em 30 de outubro, dia do segundo turno.
A discrepância entre as mensagens do celular de Silvinei e as encontradas nos outros telefones foi a principal evidência que fez a PF a solicitar uma perícia no aparelho para tentar identificar o que mais foi apagado que possa ter a ver com as investigações.
Procurado pela equipe da coluna, o advogado de Silvinei Vasques, Eduardo Pedro Nostrami Simão, disse que "a defesa não sabe sobre apagamento de mensagens. Eu também apago. Meu filho apaga e a minha mãe também apaga. Penso que é algo comum”.
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Investigadores ouvidos reservadamente pela equipe da coluna avaliam que, em tese, é possível recuperar as mensagens de Silvinei – mas isso depende de uma série de variáveis.
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Um dos caminhos mais fáceis já foi feito – rastrear os principais interlocutores de Silvinei e ir atrás das informações nos aparelhos dessas pessoas.
Só que esse trabalho não fornece a informação completa do que foi apagado.
Mas há também a possibilidade de extrair os dados do próprio celular de Silvinei caso haja um backup das informações armazenadas no seu aparelho pessoal, ou download automáticos de documentos no dispositivo.
A ferramenta WhatsApp Web, que permite o uso do aplicativo de um computador, é outra alternativa para se acessar esses dados, já que permite mapear as informações baixadas no aplicativo que acabaram salvas no computador.
Outro caminho é pedir acesso ao banco de informações do próprio WhatsApp, acionando a Meta, empresa que é dona do aplicativo de mensagens, do Facebook e do Instagram.
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Em agosto, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou a prisão preventiva de Silvinei a pedido da PF, que alegou haver o risco de ele comprometer o aprofundamento de investigações e interferir em depoimentos sobre o uso da corporação contra eleitores de Lula. O ex-chefe da PRF continua preso.
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