Malu Gaspar
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Informações da coluna

Por Malu Gaspar

A Polícia Civil do Rio espera elucidar o assassinato dos médicos de São Paulo alvejados em um quiosque da Barra da Tijuca e prender os responsáveis pela execução em poucos dias.

De acordo com fontes ligadas à investigação, os suspeitos pelo crime já foram identificados e estão sendo procurados em favelas dominadas pela maior facção criminosa do Rio de Janeiro, que está em guerra com milicianos pelo controle das regiões da Gardênia Azul e de Rio das Pedras.

Os investigadores já sabem que o carro usado no crime, um Fiat Pulse branco, foi escondido na Cidade de Deus, onde a facção tem um bunker. A informação foi obtida a partir do rastreamento das imagens captadas pelas câmeras que monitoram as vias da Zona Oeste da cidade.

A principal linha de investigação da polícia é de que os médicos foram mortos por engano.

Levantamentos de inteligência e escutas realizadas pelos policiais sobre esses traficantes sugerem que eles "formaram um bonde" para ir até a avenida Lúcio Costa, na orla da Barra da Tijuca, depois de receber de um informante a dica de que o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa estava no local, bebendo em um quiosque.

Taillon é filho de Dalmir Pereira Barbosa, o "Barriga", ex-policial militar que foi expulso da corporação e se tornou um dos principais chefes da milícia que domina a região de Rio das Pedras.

O improviso justificaria o fato de os criminosos que executaram os médicos não usarem balaclava (o gorro que cobre a fisionomia dos criminosos em execuções planejadas por profissionais), mesmo sabendo que a orla da Barra é toda coberta por câmeras de monitoramento.

Eles também não estavam de luvas ao segurar as pistolas que dispararam 33 tiros contra o grupo. Um dos criminosos inclusive usava uma bermuda, o que seria outro sinal de que o assassinato não foi planejado.

Dos quatro médicos que estavam no quiosque em frente ao hotel Windsor, três morreram na hora e um sobreviveu. Está internado no hospital Samaritano, também na Barra, e seu quadro é estável segundo o boletim médico mais recente.

Num áudio captado pela polícia e divulgado pelo G1, um membro da facção menciona o "posto 2", a pouco mais de um quilômetro do local onde o grupo de médicos estava, entre o posto 3 e o 4. .

Fotos exibidas pelos representantes da Polícia Civil em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira mostram que uma das vítimas, o ortopedista Perseu Ribeiro de Almeida, era bastante parecido com Taillon, que recebeu a liberdade condicional no final de setembro e estava sendo procurado pelos traficantes.

O vídeo que captou a ação mostra ainda que, depois de atirar e voltar para o carro, os bandidos ainda voltam até o local onde estavam os médicos e atiram contra Perseu – numa atitude que no jargão da polícia é chamada de "confere", e visa ter certeza de que o alvo da execução não tem chances de sobreviver.

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