Malu Gaspar
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Informações da coluna

Por Rafael Moraes Moura — Brasília

No último dia da campanha pelos votos necessários para chancelar a escolha feita pelo presidente Lula, o ministro da Justiça, Flávio Dino, e o subprocurador Paulo Gonet – indicados respectivamente para o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) – se encontraram nos corredores do Senado durante a peregrinação por gabinetes da Casa.

No rápido encontro no salão azul do Senado, registrado pela equipe da coluna, os dois se cumprimentaram e desejaram boa sorte para a sabatina, que será realizada de forma simultânea na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, na manhã desta quarta-feira, a partir das 9h.

Os dois serão sabatinados ao mesmo tempo, numa estratégia definida para que Gonet sirva como “escudo” para Dino contra eventuais ataques da oposição bolsonarista, ocupando parte do tempo da sabatina com as perguntas menos polêmicas que certamente serão destinadas ao indicado a procurador-geral da República.

A expectativa de integrantes da base aliada ouvidos reservadamente pelo blog é de que os dois sejam aprovados no plenário do Senado, obtendo mais que os 41 votos necessários.

Gonet, porém, deve ter uma “vantagem” de votos superior à de Dino, que enfrenta forte rejeição da bancada bolsonarista.

Dino disse ao blog que já se reuniu com cerca de 70 dos 81 senadores – entre os que ainda não se encontraram com o ministro da Justiça estão o ex-juiz federal Sergio Moro (União-PR) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos mais ferozes críticos à sua indicação.

Com problemas na Justiça Eleitoral, Moro tem sinalizado a interlocutores que vai decidir apenas na sabatina como vai votar – se a favor ou contra.

“Eu pretendo falar com todos”, afirmou Dino, antes de entrar no gabinete do senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), no anexo 2 do Senado.

Indagado pela equipe da coluna sobre a estratégia bolsonarista na sabatina, que pretende trazer temas polêmicos da pauta de costumes e até revisitar episódios de sua passagem do Ministério da Justiça para fustigá-lo e tirá-lo do sério, Dino respondeu que vai com espírito “tranquilo” para a sabatina.

“O que importa é respeitar o Senado e ter a confiança de que vai dar tudo certo.”

O aumento dos índices de criminalidade no Maranhão durante a gestão Dino (2015-2022) e a crise de segurança pública nacional atual, um dos calcanhares de Aquiles da administração lulista, serão largamente explorados.

O ministro da Justiça evitou arriscar um placar para o resultado do Senado. Questionado se o mais importante era obter os 41 votos, respondeu: “Claro, eu sou botafoguense”, em alusão à trajetória de altos e baixos do clube neste Campeonato Brasileiro.

Relator da indicação de Dino, o senador Weverton Rocha (PDT-MA) prevê uma aprovação com 53 votos no plenário do Senado.

Em tempo: tanto Gonet quanto Dino são botafoguenses, mas devem terminar o ano com uma campanha melhor que a do time alvinegro.

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