A visita de Jair Bolsonaro à Polícia Federal na tarde desta quinta-feira tem tudo para ser bem rápida, coisa de cinco minutos. Isso porque a defesa do ex-presidente vai apresentar logo na chegada uma petição dizendo que Bolsonaro vai usar o direito ao silêncio e não responder nenhuma pergunta.
O advogado Paulo Cunha Bueno vai alegar que o ex-presidente não pode se defender sem ter acesso integral às provas do processo, que segundo ele não foram fornecidas aos investigados na operação Tempus Veritatis, que motivou as convocações.
A operação investiga o ex-presidente, ex-ministros (em especial militares) e oficiais por tentativa de golpe de Estado.
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Além de Bolsonaro, outros 13 alvos da PF vão depor hoje ao mesmo tempo – uma estratégia dos investigadores para evitar a combinação de versões.
Mas nem todos vão ficar calados. Segundo o advogado Eduardo Kuntz, que representa o ex-assessor de Bolsonaro Marcelo Câmara, acusado de ser um dos agentes da chamada “Abin paralela” e de Tercio Arnaud, investigado por suposta participação no “gabinete do ódio”, os dois vão responder a todas as perguntas da PF.
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Antes de decidir comparecer e ficar em silêncio, Bolsonaro tentou conseguir autorização do Supremo Tribunal Federal para não depor, utilizando o mesmo argumento da falta de provas.
O ministro do STF Alexandre de Moraes negou o pedido e afirmou que os advogados já tiveram acesso aos autos e provas não sigilosas. Mas as defesas afirmam que precisam ter acesso ao conteúdo completo dos áudios e mensagens citados na decisão de Moraes e na representação que basearam as buscas da Veritatis.