Malu Gaspar
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Por Rafael Moraes Moura — Brasília

Após o ex-PM Ronnie Lessa fechar um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal, homologado pelo ministro Alexandre de Moraes, os advogados Bruno Castro e Fernando Santana informaram que vão deixar a defesa do delator.

Na delação, Ronnie Lessa esclarece quem foram os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018.

"Desde o primeiro contato deixamos claro que ele não poderia contar com o escritório caso tivesse interesse em fechar um acordo de delação premiada. Talvez, não por outro motivo que nós não fomos chamados por ele para participar do processo de delação firmado", informam os advogados, em nota divulgada à imprensa nesta quarta-feira.

"Nesse cenário, apresentaremos renúncia ao mandato em todos os doze processos que atuamos para ele, ou seja, a partir de hoje não somos mais advogados de Ronnie Lessa."

A homologação foi confirmada ontem pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, na sede do Ministério da Justiça. A colaboração de Lessa, preso há quase cinco anos pelo envolvimento no crime, foi fechada há duas semanas com a Polícia Federal (PF) e o aval do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público estadual (MP-RJ).

Castro e Santana dizem na nota que sempre deixaram claro para todos os clientes "aversão ao instituto processual da delação premiada".

"Não atuar para delatores é uma questão principiológica, pré-caso, e nada tem a ver com qualquer interesse na solução ou não de determinada crime."

A delação chegou às mãos de Alexandre de Moraes em um sorteio eletrônico, após um parlamentar federal ser implicado nas investigações.

Ronnie Lessa está detido na penitenciária federal de Campo Grande (MS) e responde a dez ações penais — entre elas, é réu por dois duplos homicídios e tráfico de armas.

Para apontar os mandantes dos homicídios, ele concordou em ter uma espécie de unificação de sentenças, com o estabelecimento de uma pena total que fique entre 20 e 30 anos de prisão.

Com a homologação, ele também passará a cumprir pena em uma unidade carcerária no Rio de Janeiro.

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