O ex-PM Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco , utilizou uma plataforma de consulta a dados cadastrais para fazer buscas sobre a filha do presidente da Embratur, Marcelo Freixo , o deputado federal Chico Alencar (PSOL -RJ) e o ex-vereador Renato Cinco (PSOL-RJ).
Ronnie Lessa tinha à disposição acesso a uma plataforma chamada CCFácil, que reúne informações sobre telefones, endereços, dívidas, ações judiciais e falências dos alvos de pesquisa.
Segundo o relatório da Polícia Federal , tornado público neste domingo por decisão do ministro Alexandre de Moraes (STF), o delator utilizou a plataforma para levantar informações sobre "potenciais vítimas, bem como sobre pessoas de seu interesse".
Relembre caso Marielle Franco em imagens 1 de 43
Eleita vereadora do Rio em 2016, com 46 mil votos (5ª candidata mais votada), Marielle Franco (PSOL) teve o mandato interrompido por 13 tiros na noite de 14 de março de 2018, num atentado que vitimou também seu motorista Anderson Gomes — Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo 2 de 43
Marielle dedicou seu mandato à luta em defesa dos direitos humanos, das mulheres e de negros e moradores de favelas — Foto: Gabriel de Paiva/Agência O GLOBO Pular X de 43 Publicidade 3 de 43
Nascida e criada na Maré, Marielle estudou Sociologia na PUC, com bolsa integral, e fez mestrado na UFF — Foto: Marcos de Paula/Agência O Globo 4 de 43
Horas antes do assassinato, Marielle havia participado de uma roda de conversa com mulheres no local conhecido como Casa das Pretas, na rua dos Inválidos, na Lapa Foto: Divulgação/PSOL — Foto: Divulgação/PSOL Pular X de 43 Publicidade 5 de 43
A chegada dos caixões de Marielle e Anderson à Câmara de Vereadores do Rio no velório que marcou o início de inúmeras manifestações populares que passaram a ocorrer no Rio e no mundo por conta da morte da parlamentar — Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo 6 de 43
Marielle e sua equipe deixaram o local na Lapa por volta das 21h e foram seguidos até o Estácio e assassinados — Foto: Reprodução Pular X de 43 Publicidade 7 de 43
Rua Joaquim Palhares, no Estácio, próximo à Prefeitura do Rio, foi o local onde carro de Marielle foi alvo de 13 disparos — Foto: Reprodução 8 de 43
A cada mês, novas manifestações marcavam a cobrança por celeridade nas investigações. A foto mostra voluntários da Anistia Internacional em um desses atos, quando o crime completou três meses — Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo Pular X de 43 Publicidade 9 de 43
Então ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann foi autor de uma série de afirmações sobre as investigações que nunca se confirmaram e promessas não cumpridas sobre a resolução — Foto: Jorge William/Agência O Globo 10 de 43
O crime aconteceu sob intervenção federal no Rio, comandada pelo general Braga Netto, que prometeu resolução para o fim do ano de 2018 — Foto: Armando Paiva/Raw Image Pular X de 43 Publicidade 11 de 43
Rivaldo Barbosa, então chefe da Polícia Civil do Rio, repetiu a promessa em 1º de novembro — Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo 12 de 43
O então governador Witzel (à dir.) também prometeu resolução em janeiro 2019. Não cumpriu e foi afastado por corrupção em 2020 — Foto: Reprodução Pular X de 43 Publicidade 13 de 43
Vereador Marcelo Siciliano se tornou suspeito em maio de 2018 depois de depoimento de testemunha à polícia — Foto: Carolina Heringer/Agência O Globo 14 de 43
Ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando da Curicica, também foi apontado por testemunha como um dos mandantes — Foto: Reprodução Pular X de 43 Publicidade 15 de 43
Uma segunda linha de investigação surgiu em agosto: algum tipo de vingança pelos 11 anos como assessora de Marcelo Freixo (PSOL), que enfrentou as milícias na Alerj — Foto: Reprodução 16 de 43
A nova linha de investigação levou os deputados estaduais do MDB Jorge Picciani (foto), Paulo Melo e Edson Albertassi, adversários políticos de Freixo, a serem investigados — Foto: Márcio Alves/Agência O Globo Pular X de 43 Publicidade 17 de 43
Também em agosto foi divulgada a descoberta do Escritório do Crime: um grupo de matadores de aluguel formado por policiais e ex-policiais milicianos — Foto: Márcia Foletto/Agência O Globo 18 de 43
Em janeiro, laços do clã Bolsonaro com Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado como fundador do Escritório do Crime, vieram à tona — Foto: Ascom/ TSE Pular X de 43 Publicidade 19 de 43
Marcada com o número 1, a casa 58 pertence a Jair Bolsonaro, no Vivendas da Barra; o imóvel fica perto da casa 66, marcada com o 2, de Ronnie Lessa. O outro suspeito do crime disse que iria à casa de Bolsonaro — Foto: Arquivo O Globo 20 de 43
Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Bope e suspeito de integrar milícia que matou Marielle Franco — Foto: Reprodução Pular X de 43 Publicidade 21 de 43
Depois de ter nome ligado à família Bolsonaro, o ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega foi morto a tiros na Bahia — Foto: Reprodução 22 de 43
Leonardo Gouvea da Silva , o Mad, é substituto do Adriano Magalhães da Nóbrega à frente da organização criminosa de assassinos de aluguel, ligada à execução da vereadora Marielle Franco — Foto: Hermes de Paula/Agência O Globo/30-06-2020 Pular X de 43 Publicidade 23 de 43
Suel, sargento do Corpo de Bombeiros, de 44 anos, teria cedido carro para esconder armas de Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco. De acordo com os investigadores, coube ao bombeiro ajudar, logo após a prisão do sargento, no descarte das armas escondidas por Lessa Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo - 10/06/2020 — Foto: Hermes de Paula/Agência O Globo/10-06-2020 24 de 43
O sargento reformado Ronnie Lessa é apontado como o autor dos disparos que mataram a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes — Foto: Marcelo Theobald/Agência O Globo Pular X de 43 Publicidade 25 de 43
Prisão de Elaine de Figueiredo Lessa (centro), a esposa de Ronnie Lessa — Foto: Fabiano Rocha/Agência O Globo 26 de 43
Áudio mostra que Ronnie Lessa liberou a entrada de Élcio de Queiroz (foto) em condomínio de Bolsonaro no dia do assassinato — Foto: Marcelo Theobald/Agência O Globo Pular X de 43 Publicidade 27 de 43
Na Operação Lume, também foi preso Alexandre Motta, solto posteriormente pela Justiça — Foto: Márcio Alves/Agência O Globo 28 de 43
Na casa de Alexandre, foram apreendidos 117 fuzis desmontados que ele disse guardar a pedido do amigo Ronnie Lessa — Foto: Alexandre Cassiano/Agência O Globo Pular X de 43 Publicidade 29 de 43
sargento PM Rodrigo Jorge Ferreira, o Ferreirinha, foi preso na Operação Entourage. Ele é apontado pela Polícia Federal como o responsável por atrapalhar a investigação — Foto: Reprodução 30 de 43
Major Ronald Paulo Alves Pereira foi um dos cinco presos da operação Intocáveis. A polícia considera a prisão do miliciano envolvido com grilagens estratégica para a investigação — Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo Pular X de 43 Publicidade 31 de 43
Marcello Siciliano se tornou suspeito em maio de 2018 depois de depoimento de testemunha, que seria contestado, à polícia — Foto: Agência Brasil 32 de 43
Disputa por pontos políticos estaria por trás da suspeita de um possível envolvimento do conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão — Foto: Fabiano Rocha/Agência O Globo Pular X de 43 Publicidade 33 de 43
Bicheiro Rogério Andrade passou a integrar o rol em razão de sua ligação com Lessa — Foto: Reprodução/TV Globo 34 de 43
Familiares de Marielle Franco chegam ao Ministério Público para coletiva sobre a prisão dos executores da vereadora e do motorista Anderson Gomes — Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo Pular X de 43 Publicidade 35 de 43
Desde sua morte, Marielle se tornou símbolo de muitas manifestações políticas e culturais — Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo 36 de 43
Mônica Benício, viúva da vereadora assassinada, diz não ter dúvida de que a morte de Marielle teve motivação política — Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo Pular X de 43 Publicidade 37 de 43
Evento tem bandeiras com a inscrição "Fora, Bolsonaro" e com o rosto da ex-vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018 no Rio de Janeiro — Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo 38 de 43
Estátua da vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018, é inaugurada no Centro do Rio — Foto: Brenno Carvalho Pular X de 43 Publicidade 39 de 43
Manifestante posa em frente a cartaz para cobrar uma resposta da Justiça — Foto: Roberto Moreyra/Agência O Globo 40 de 43
Desde sua morte, Marielle se tornou símbolo de muitas manifestações políticas e culturais, como o marcante enredo da Mangueira, campeã de 2019 — Foto: Antonio Scorza/Agência O Globo Pular X de 43 Publicidade 41 de 43
Mangueira 2019 levou à Avenida a expressão 'Marielle Presente', uma síntese da comoção pelo assassinato — Foto: Gabriel Monteiro/Agência O Globo 42 de 43
Viúva Mônica abraça manifestantes durante ato pelos quatro anos da morte de Marielle Franco — Foto: Fotoarena/Agência O Globo/14-03-2022 Pular X de 43 Publicidade 43 de 43
Linha do tempo em frente ao Museu do Amanhã, na Praça Mauá, relembra fatos sobre o assassinato de Marielle e Anderson — Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo Eleita vereadora do Rio de Janeiro pelo PSOL em 2016, com 46 mil votos (a quinta candidata mais bem votada do município), Marielle Franco teve o mandato interrompido por 13 tiros na noite de 14 de março de 2018, num atentado que vitimou também seu motorista Anderson Gomes
A PF identificou duas pesquisas pelo CPF de Isadora Freixo, filha de Marcelo Freixo, em janeiro de 2017; quatro pelo CPF de Renato Cinco, em julho de 2012, outubro de 2013, março de 2015 e março de 2018; e uma pelo CPF de Chico Alencar, sem especificar a data.
Para a PF, os dados confirmam que havia "um interesse antigo em membros do PSOL" por parte de Lessa, que realizava esses tipos de levantamentos a pedido de Macalé, por interesse dos irmãos Brazão, apontados como "autores intelectuais" do crime, ao lado do delegado de polícia civil Rivaldo Barbosa de Araújo.