Malu Gaspar
PUBLICIDADE
Malu Gaspar

Análises e informações exclusivas sobre política e economia

Informações da coluna
Por

O número de municípios com registros de desastres naturais com mortes mais do que dobrou desde 2012, um indício de que as mudanças climáticas têm impactado uma proporção cada vez maior da população brasileira. Os dados são do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), responsável pelo acompanhamento e alertas de riscos no país.

Há 12 anos, quando o então governo Dilma Rousseff lançou o Plano Nacional de Gestão de Risco e Resposta a Desastres Naturais, o Brasil tinha 821 municípios listados como prioritários no monitoramento diário do Cemaden. Esse número saltou para 1.942 cidades no último levantamento da Casa Civil do governo Lula, concluído neste ano.

Segundo a diretora substituta do Cemaden, Regina Alvalá, são considerados prioritárias para esse mapeamento as localidades com histórico de ocorrência de desastres naturais relacionados a chuvas com registro de óbitos.

Como publicamos no blog no último sábado, 8,9 milhões de pessoas vivem em áreas de riscos mapeadas nestes quase 2 mil municípios.

Entre os chamados riscos geo-hidrológicos estão deslizamentos, enchentes, enxurradas e inundações – como as vistas no Rio Grande do Sul, que já deixaram quase 400 mil desalojados e 145 mortes.

“O Cemaden foi criado em 2011 com a incumbência de desenvolver os métodos, plataformas e sistemas para acompanhar as informações e subsidiar o monitoramento e, quando necessário, emitir os alertas de risco de desastres naturais”, explica Regina.

“A inclusão e o mapeamento de municípios prioritários foi um processo gradativo. Nos últimos anos tivemos monitoramento de desastres e cidades sem histórico de ocorrência de desastres e que passaram a registrar tragédias. Esse trabalho foi feito em 2023, à luz de todos os conhecimentos acumulados dos últimos 12 anos. Foi feito um cruzamento de informações e se chegou a uma lista de 1.942 municípios”.

Atualmente, 1.133 cidades já dispõem de acompanhamento do Cemaden. As outras 809 ainda receberão estrutura para o monitoramento, que ocorre, por exemplo, através de equipamentos como sensores geotérmicos, satélites, e pluviômetros.

Mas, ao que tudo indica, o levantamento vai agregar mais municípios e regiões, em função da tragédia no Rio Grande do Sul, uma vez que várias das cidades afetadas não constam da lista atual de municípios sob risco do Cemaden.

Mais recente Próxima Caso Marielle: Irmãos Brazão estão na mira da Polícia Federal por lavagem de dinheiro