Malu Gaspar
PUBLICIDADE
Malu Gaspar

Análises e informações exclusivas sobre política e economia

Informações da coluna

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou nesta quarta-feira (15) a inclusão de 51 acusados de participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 na difusão vermelha da Interpol. São alvos do pedido bolsonaristas envolvidos nos ataques que estão com mandado de prisão em aberto ou fugiram depois de inutilizar as tornozeleiras eletrônicas.

A Interpol é uma organização policial criminal composta por 196 países, que o Brasil integra por meio da Polícia Federal (PF). Se a manifestação do PGR for acatada pela entidade, a difusão vermelha, na prática, faz dessas pessoas foragidos internacionais.

A medida foi motivada pela revelação de que essas pessoas estavam fora do alcance da Justiça e da PF, publicada pelo jornalista Eduardo Militão, no UOL.

O UOL identificou que, dos 51 foragidos, dez fugiram para o exterior neste ano pelas fronteiras de SC e RS para a Argentina e o Uruguai. Destes, sete já foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participarem dos ataques contra as sedes dos Três Poderes.

Embora não se saiba ao certo em que data as fugas ocorreram, até agora não havia nenhum alerta, ordem de prisão ou de captura dessas pessoas nem pelo Supremo, nem pela Polícia Federal e nem pelas secretarias de Administração Penitenciária dos estados em que essas pessoas estavam encarceradas.

Alerta global

Com o alerta de difusão vermelha, os dados e a identificação dos fugitivos entram nos sistemas de buscas de unidades da PF no exterior e das autoridades policiais do mundo todo.

Isso não garante que os fugitivos são capturados rapidamente, mas sim que podem ser presos se forem identificados por autoridades de um país estrangeiro.

Já existem no momento ordens de captura de outros alvos de inquéritos e investigações relacionados às milícias digitais e as fake news.

Nenhuma delas, porém, deu resultado até agora. Continuam foragidos, por exemplo, os blogueiros bolsonaristas Oswaldo Eustáquio e Allan dos Santos.

No caso de Eustáquio, o pedido de inclusão na difusão vermelha não foi atendido. Ele fugiu inicialmente para o Paraguai, onde recebeu uma autorização provisória para permanecer no país após solicitar asilo político.

O pedido posteriormente foi negado pelas autoridades paraguaias, e o blogueiro passou pela Argentina e Espanha e hoje está no Reino Unido, onde também teria buscado proteção, segundo a CNN Brasil.

Já Allan dos Santos está foragido nos Estados Unidos desde 2021, quando o ministro do Supremo Alexandre de Moraes expediu um mandado de prisão contra o aliado de Jair Bolsonaro. Recentemente, o blogueiro participou de uma reunião entre parlamentares bolsonaristas e um deputado trumpista que integra a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados dos EUA, como mostrou o colunista Lauro Jardim.

Mais recente Próxima Presidente interina da Petrobras é a única da diretoria indicada por Lula