Malu Gaspar
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Malu Gaspar

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Informações da coluna

Depois que o candidato do PRTB a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal, distribuiu vídeos em suas redes sociais dizendo ter sido impedido de subir ao palanque do ato contra Alexandre de Moraes e o Supremo, no 7 de setembro, o pastor Silas Malafaia desencadeou uma ofensiva contra o ex-coach, com vídeos em que o acusa de ser traidor da causa da direita (veja abaixo).

"Pablo Marçal tem medo de Alexandre de Moraes e no dia 7 de setembro mostrou sua verdadeira face", diz o locutor em uma das peças, em que Marçal é chamado de "arregão", "aproveitador e "traidor".

Em outro vídeo que também já começou a circular nas redes da direita, o próprio Bolsonaro aparece no palanque chamando o ministro do Supremo de "ditador" em contraposição a cenas de Marçal no último Roda Viva, da TV Cultura, dizendo que não tem "nenhum problema" com Alexandre de Moraes.

O candidato a prefeito pelo PRTB gravou no final da tarde de 7 de setembro um vídeo dizendo que foi impedido de subir no palanque de Bolsonaro. "Ceis acreditam que eu fui subir no caminhão e não deixaram? Então brigada pelo carinho, não sei quem mandou fechar o caminhão", diz Marçal no vídeo.

Ao longo do ato, também foi esticada na avenida Paulista uma bandeira gigante com o desenho da bandeira do Brasil e a inscrição "Bolsonaro parou. Marçal começou. Pablo Marçal presidente do Brasil".

Até a semana passada, o ex-presidente mantinha uma trégua com Marçal, depois de ataques mútuos em entrevistas e nas redes sociais. Mas o combo vídeo + faixa irritou o ex-presidente, que passou a distribuir em suas listas de transmissão as fotos com mensagens como: "Para ele a liberdade que se exploda".

Em vídeo de campanha, Marçal é chamado de traidor

Em vídeo de campanha, Marçal é chamado de traidor

Na resposta a Marçal que começou a circular na noite de domingo (8), Malafaia diz que Marçal chegou ao ato de 7 de setembro depois que acabou. Segundo o deputado federal Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ), quando o ex-coach chegou ao ato e tentou subir no carro de som, Bolsonaro estava descendo. "Os seguranças disseram que não dava para ele subir porque o (ex-) presidente estava descendo. O ato já tinha acabado."

Numa mensagem que Bolsonaro mandou em suas listas, ele afirma que Ricardo Nunes e Maria Helena estiveram no ato e "tiveram uma conduta exemplar e respeitosa, à altura das pautas defendidas: "liberdade, anistia e equilíbrio entre os três Poderes".

E prossegue, sobre Marçal: "O único e lamentável incidente ocorreu após o término do meu discurso (com o evento já encerrado) quando então surgiu o candidato Pablo Marçal que queria subir no carro de som e acenar para o público (fazer palanque as custas do trabalho e risco dos outros), e não foi permitido por questões óbvias."

Malafaia, que foi um dos organizadores do ato, é também parte da ala bolsonarista que combate Marçal e apoia Nunes. Depois do episódio, ele também passou a divulgar em suas redes que dará uma resposta a Marçal.

Os vídeos e a resposta de Malafaia a Marçal iniciam uma ofensiva que pretende desidratar o candidato do PRTB, que vem ganhando espaço entre os eleitores do ex-presidente e ameaçando tomar a liderança da direita. Segundo o deputado Sóstenes, que é o aliado mais próximo de Malafaia no Congresso, estão previstos mais vídeos sobre Marçal, com a finalidade de "esclarecer quem é o verdadeiro Pablo".

Uma das peças que ainda está para sair vai explorar respostas sobre religião que Marçal deu no Roda Viva, da TV Cultura, em que ele não se declara de uma igreja específica. "Ele deixa claro que não tem pastor e não tem liderança, porque é um enfermo. E a enfermidade dele é a megalomania. O povo evangélico sabe disso", diz o deputado.

Faixa defendendo Marçal para a presidência que foi esticada na avenida Paulista no ato de 7 de setembro irritou Jair Bolsonaro — Foto: Reprodução
Faixa defendendo Marçal para a presidência que foi esticada na avenida Paulista no ato de 7 de setembro irritou Jair Bolsonaro — Foto: Reprodução
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