Minas no Globo
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Informações da coluna

Shirley Souza

Âncora do CBN Belo Horizonte. Já foi editora na TV Record, repórter e apresentadora no SBT/ TV Alterosa e TV Brasil/ Rede Minas e repórter da rádio CBN.

Por — Belo Horizonte

Maio é o mês do movimento internacional de conscientização para redução de acidentes de trânsito conhecido como “Maio Amarelo”. Órgãos que integram o Sistema Nacional de Trânsito em todo o país realizam campanhas e blitz educativa. O tema deste ano é “Paz no trânsito começa por você” numa tentativa de estímulo a mudança no comportamento de quem não obedece às leis de trânsito.

Os números de mortes no trânsito no Brasil são assustadores. Segundo dados do Ministério da Saúde, 34 mil pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito, e o país registrou 212 mil internações em 2022. Em Minas Gerais, um grave acidente esta semana aumenta a estatística. O ciclista que estava em coma após ser atropelado por uma van na BR-040 morreu nessa quarta-feira.

Thauan Maciel, de 26 anos, teve traumatismo craniano. Ele estava com um grupo de 15 ciclistas na rodovia em Paraopeba, região Central do estado, na manhã da última terça-feira, véspera do feriado. Outras sete pessoas precisaram de atendimento médico, entre elas um ciclista, de 35 anos, que teve várias fraturas e está internado em estado grave. O motorista, de 37 anos, disse que foi fechado por um caminhão. Testemunhas alegam que o condutor da van ultrapassou um caminhão pelo acostamento em alta velocidade. O motorista foi ouvido pela polícia e liberado. Testemunhas estão sendo ouvidas na Delegacia de Polícia Civil, que aguarda a recuperação de algumas vítimas que também prestarão depoimento.

Ciclista Thauan Maciel, de 26 anos, morreu após ser atropelado na BR-040, em Minas — Foto: Reprodução
Ciclista Thauan Maciel, de 26 anos, morreu após ser atropelado na BR-040, em Minas — Foto: Reprodução

Em abril do ano passado ocorreu um caso semelhante. Eduardo Lobato, de 41 anos, estava com um grupo de ciclistas na mesma BR-040, em Nova Lima, na Grande BH. Ele morreu atropelado por um motorista com sinais de embriaguez. No mês seguinte, houve outro atropelamento, mas na MGC-356, em Belo Horizonte. Um jovem de 18 anos foi detido suspeito de atropelar o ciclista Thiago Barbosa Bento, de 33 anos. O atleta ficou hospitalizado por vários meses e ainda tenta recuperar os movimentos.

Atenção redobrada

Os ciclistas podem usar as rodovias, mas como dividem espaço com carros em alta velocidade, a atividade se torna muito perigosa. O alerta é da chefe de gerência de Educação Trânsito do Departamento de Estadas de Rodagens de Minas Gerais (DER-MG), Rosely Fantoni. Ela explica que o ciclista, além dos equipamentos de segurança — como capacete, óculos e luvas —, deve usar roupas refletoras.

A bicicleta também precisa de iluminação para ser vista com mais facilidade pelos demais veículos, que precisam manter distância de um metro e meio das bikes. Os ciclistas devem trafegar à direita, quase na linha divisória do acostamento.

— Quando os ciclistas estão em grupo, o ideal é ter um batedor na frente e um atrás para que possam estar protegidos. Eles devem estar sempre à direita em uma fila indiana para evitar tomar muito espaço da rodovia e para que os carros possam ter oportunidade de ultrapassar com uma distância segura. Não é adequado o ciclista circular no acostamento, porque ali é exatamente uma área de escape – orienta Rosely Fantoni.

O trabalho de educação no trânsito, intensificado no “Maio Amarelo”, inclui conscientizar motoristas que o ciclista também tem direito de estar nas rodovias, ruas e avenidas.

— Nós ainda não aculturamos a presença do ciclista, principalmente numa rodovia. No código de trânsito brasileiro, o maior sempre tem que proteger o menor. Então, o ciclista é o mais vulnerável dentro desse processo. O caminho é cuidar do outro, ter gentileza. Se a gente caminhar dentro dessa linha, tanto faz ciclista, motociclista ou pedestre. A gente consegue ter paz no trânsito – conclui Fantoni.

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