Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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O PIB ficou estagnado no terceiro trimestre e isso não foi uma surpresa para os economistas que esperavam, na verdade, até apostaram em uma pequena queda de 0,1% a 0,3%. A gente publicou aqui as previsões do mercado ontem.

O crescimento foi de 0,1% em relação ao trimestre anterior, mas quando comparado ao mesmo trimestre do ano passado é de 2%. Isso mostra uma coisa interessante, já que o terceiro trimestre do ano passado foi no auge da liberação do dinheiro pelo governo anterior, no contexto de campanha eleitoral, aumentou os gastos públicos para forçar um crescimento. Mesmo assim, esse trimestre está melhor do que o terceiro trimestre do ano passado.

Agora, o que explica essa estagnação?

Este ano, o Brasil terá um crescimento muito maior do que esperava. No começo do ano, todo mundo achava que o país iria crescer alguma coisa 0,5% ou 0,7%. Está crescendo cerca de 3%. Mas foi um crescimento muito concentrado no primeiro semestre. No segundo semestre está havendo uma estagnação. Ou seja, a economia parou de crescer, com alguns números ruins, outros bons.

A agricultura, que puxou o primeiro trimestre, encolheu 3,3% . Os serviços, por sua vez, avançaram 0,6% e a indústria também é teve um pequeno positivo, em relação ao trimestre imediatamente anterior.

Quando se olha os dados do ano no acumulado de quatro trimestres, o país cresceu 3,1%. No acumulado só deste ano, primeiro, segundo e terceiro trimestre, o crescimento é de 3,2%. Ou seja, é um crescimento em torno de 3% no ano, mas a história deste ano é de crescimento de avanço acima do esperado.

O primeiro e o segundo trimestres foram puxados basicamente pela agricultura e pelos serviços afetados por esse segmento, afetou transporte, indústria. Outras boas notícias que afetaram serviços, foram a queda da inflação e o aumento do do emprego.

A grande explicação de crescimento deste ano é, de fato, a agropecuária que teve uma safra recorde no ano. Mas ela é concentrada naturalmente, por razões sazonais, nos primeiro quadrimestre, e afeta os dois primeiros trimestres.

A taxa de investimento caiu em relação ao mesmo período de 2022, cresceu 16,6%, quando no ano passado foi 18,3%. Isso preocupa porque taxa de investimento de hoje é crescimento de amanhã.

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