Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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Informações da coluna

Lado a lado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, lançaram hoje na COP28, em Dubai, o Plano de Transformação Ecológica para o mundo. Trata-se de um plano ambicioso, que estima a necessidade de recursos entre US$ 130 bilhões e US$ 160 bilhões por ano na próxima década para implementá-lo. A estimativa é que entre 7,5 milhões e 10 milhões de empregos podem ser geados pela transformação tecnológica em segmentos como bioeconomia, agricultura e infraestrutura.

Haddad disse que o Brasil não quer "mais um ciclo de desenvolvimento que resulte em destruição ambiental e exclusão social". Segundo o ministro, o plano pretende "interromper cinco séculos de extrativismo e destruição do meio ambiente para posicionar o Brasil na vanguarda do desenvolvimento sustentável."

Não está claro, no entanto, como será a viabilizado o projeto. Haddad fala em quase uma centena de iniciativas que serão lançadas até a COP30 que será realizada em Belém do Pará. Ele cita entre os projetos que criam condições para uma nova onde de investimentos: "a criação de um mercado de carbono bem regulado, a emissão de títulos soberanos sustentáveis, a definição de uma taxonomia nacional focada na sustentabilidade, e a revisão do nosso Fundo Clima".

O principal foco destes investimento, segundo o chefe da Fazenda, é "o adensamento tecnológico da indústria, a qualificação da força de trabalho e a modernização da nossa ciência e tecnologia".

"O grande desafio que o mundo enfrenta hoje é dissociar o crescimento econômico – ainda fundamental para atender as necessidades das populações pobres – dos seus efeitos nocivos sobre o clima", disse o ministro, que definiu o plano como uma proposta de "globalização que seja ambientalmente sustentável e socialmente inclusiva. A reformulação dos fluxos financeiros globais passa pela afirmação do Sul como centro da economia verde".

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por sua vez, anunciou a criação de uma plataforma de soluções financeiras, em parceria com o Ministério da Fazenda, que tem como objetivo reduzir o risco cambial para investimentos em linha com o plano de transformação brasileiro.

A plataforma ainda será detalhada, mas segundo o BID, inicialmente, há o potencial de mobilizar coberturas de até US$ 3,4 bilhões. A expectativa é que esse montante cresça ao longo do tempo.

Nessa mesma direção, presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, sinalizou que o banco vai aumentar os cruzamentos e filtros de forma a acompanhar de forma cada vez mais próxima e criteriosa o efeito dos financiamentos concedidos pela instituição e o desmatamento. Para tanto serão usados os dados e as imagens do MapBiomas Brasil.

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