Míriam Leitão
PUBLICIDADE
Míriam Leitão

O olhar único que há 50 anos acompanha o que é notícia no Brasil e no mundo

Informações da coluna

Por Ana Carolina Diniz

O IPCA-15 de dezembro, de 0,52%, mostra que as pressões inflacionárias continuam para 2023. Sete dos nove grupos pesquisados tiveram aceleração em comparação a novembro, o que mostra que a inflação está espalhada.

- Não dá para dizer que o cenário de inflação melhorou, porque há aumento generalizado. E a inflação acumulada termina próximo dos 6%, acima do teto da meta, de 5% - considera André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Ibre-FGV.

Ele salienta que até itens que eventualmente apresentavam efeito sazonal, mas não acumulavam alta expressiva, o fizeram em 2022. Ele cita o grupo de vestuário, por exemplo, que subiu 18% no acumulado de 12 meses.

Outro destaque é para Alimentação, que tanto prejudica os mais pobres. A variação foi de 0,69%, superando novembro. Alimentação fora de casa ficou estável em dezembro, mas é um número alto, 0,45%. Os preços dos alimentos para consumo no domicílio subiram 0,78%. Destaque para as altas da cebola (26,18%) e do tomate (19,73%).

- E o aumento dos alimentos in natura mostra a persistência inflacionária grande. E os de mesa tradicional, como arroz (2,71%) e carne (0,92%) estão subindo de novo, encarecendo a cesta básica.

Para ele, o Banco Central está certo e tem que manter a Selic alta, mas isto penaliza a atividade. Apesar do surpreendente crescimento do PIB este ano, que pode ser aproximar de 3%, para ano que vem, a expectativa é muito baixa, talvez nem chegue a 1%.

- Com esta expectativa e com esse resultado de inflação não dá para tecer um cenário fácil pro ano que vem - avalia Braz.

Para o professor da PUC-Rio, Luiz Roberto Cunha, com as incertezas fiscais e o cenário externo muito menos favorável do que em 2003 - no primeiro ano do governo Lula- , a tendência é que o IPCA tenha alta moderada em 2023.

- O câmbio tem resistido às incertezas fiscais e o Banco Central independente é uma garantia. A Selic vai continuar nos 13,75% por muito tempo.

Mais recente Próxima