Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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Por Míriam Leitão

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, me disse que não está no plano estratégico da empresa a construção de novas refinarias, mas que o déficit de refino cairá. Parece contraditório, mas veja o que ele explicou.

– Vamos terminar o GasLub Itaboraí, que era o Comperj, e terminar o segundo trend da Rnest (Refinaria Abreu e Lima) que é bastante significativo. Vai nos ajudar a cobrir o déficit ( de refino). Se somar isso a alguns upgrades que podem ser feitos em refinaria e a mistura do óleo vegetal no diesel, o Diesel R. a gente consegue enfrentar o déficit ao longo de dez anos. Contribui também o fato de que haverá queda de consumo de hidrocarbonetos. As curvas vão convergindo.

Hoje, o Brasil não refina tudo o que consome. E as que o PT começou a construir deram errado. Algumas nem foram iniciadas, houve casos de sobrepreço como a Abreu e Lima, Rnest, e a do Rio ficou pela metade, Comperj, que agora será um polo de gás. Perguntei sobre isso a Prates, na entrevista que eu fiz com ele para a Globonews e que foi ao ar ontem à noite.

–Todos nós passamos por um trauma, empresas grandes de outros países também passaram por traumas e escândalos, na Europa e na Ásia, envolvendo inclusive a construção de refinarias. Mas a decisão de não construir nova refinaria é integralmente técnica. Não estou dizendo “ah, houve escândalo lá atrás, não vamos fazer novas refinarias”.

Segundo ele, dois fatos sustentam a decisão de não haver novas refinarias.

– A transição energética leva a pensar que o consumo reduzirá nessa curva do tempo. Se a gente colocar uma refinaria hoje nova de trezentos, quatrocentos mil barris de capacidade de refino, ela vai ter uma vida útil de quinze anos. Então não se paga. Há uma dificuldade de se imaginar um mastodontes desses hoje em dia. O aumento da capacidade de refino está dentro das atuais refinarias e elas estão sendo adaptadas para o futuro, ou seja, para usar matéria- prima biológica.

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