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A liberação de US$ 500 milhões para o Fundo Amazônia anunciada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, e a recomendação aos demais líderes ocidentais para que sigam o exemplo chega em excelente momento, avalia Guilherme Syrkis, diretor executivo do Centro Brasil no Clima.
Especialmente porque, pelos dados divulgados nesta quinta pelo Imazon, o primeiro trimestre de 2023 apresentou o maior índice de desmatamento na Amazônia desde 2008, com um aumento expressivo em março.
- Isso evidencia que o governo Lula enfrenta dificuldades em organizar e reverter a situação crítica deixada por Jair Bolsonaro. Convém ressaltar que os US$ 500 milhões representam um valor dez vezes maior do que o anunciado em fevereiro. A notícia é animadora, porém é preciso reconhecer que esse montante ainda é insuficiente para causar um impacto significativo diante da realidade atual- opina.
Em fevereiro, EUA aderiu ao Fundo Amazônia, com US$ 50 milhões. Este valor anunciado nesta quinta-feira ainda vai passar pelo Congresso norte-americano.
O ambientalista salienta que a decisão pode ter um componente geopolítico já que ocorre logo após os resultados da recente viagem do presidente Lula à China e suas forte declarações (algumas bem erradas) em relação à política internacional.
- É público e notório que a América Latina não tem sido prioridade para o governo norte-americano. No entanto, a aproximação entre Brasil e China, concretizada por meio de vários acordos, pode recolocar a região no foco dos Estados Unidos.
Em nota, o WWF-Brasil celebrou o anúncio, afirmando esperar que o Congresso norte-americano ratifique rapidamente o compromisso de Biden. No entanto, salientou que não basta dinheiro:
"Como importante mercado consumidor de produtos brasileiros, os EUA podem impedir a importação de produtos associados ao desmatamento, à degradação da Amazônia e à violação dos direitos humanos no Brasil. Também pode apoiar o combate ao crime organizado e fortalecer projetos de conservação e restauração de ecossistemas".