Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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Informações da coluna

Por Míriam Leitão

Até onde foi a conspiração dos militares contra a democracia? Essa pergunta continua sem resposta completa, mas as imagens mostradas ontem pela CNN do ex-ministro do GSI, o general Gonçalves Dias, homem de confiança de Lula, passeando tranquilamente no Palácio do Planalto revelam que ele ou estava paralisado diante do que acontecia, e isso foi um erro profissional, ou fazia parte do plano.

A oposição bolsonarista está usando as cenas para tentar reduzir danos e culpar o governo. Mas é preciso deixar sempre claro quem é a vítima daqueles ataques bolsonaristas: a democracia e o governo eleito democraticamente.

O que as imagens mostram é que a cooptação dos militares pelo governo Bolsonaro foi muito longe e pode ter até o apoio, por ação ou omissão, de um general de confiança do presidente Lula. Além do general caminhando com tranquilidade pelo Planalto, os vídeos das câmeras de segurança mostram integrantes do Gabinete de Segurança Institucional cumprimentando os invasores, e um major oferecendo água a um deles.

É importante lembrar que o GSI era comandado pelo general Augusto Heleno, que conspirava contra a democracia à luz do dia - pode-se imaginar o que fazia às escondidas.

Essas imagens mostram que o governo Lula errou ao colocar em sigilo os vídeos do dia da invasão por cinco anos. O argumento foi que estavam sendo investigadas, mas claramente aquelas informações deveriam ter sido mostradas.

Agora o governo terá que ser muito competente politicamente para ocupar espaços com bons quadros na CPMI sobre o dia 8 de janeiro e impedir que as versões do bolsonarismo impressionem a opinião pública. Ao mesmo tempo, deve impedir que a investigação atrapalhe a tramitação a tramitação do novo arcabouço fiscal.

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