Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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Por Maeli Prado

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda que uma eventual mudança na meta para o IPCA - o tema será decidido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) na semana que vem - deveria ser feita em um momento de calmaria, com a inflação baixa.

De qualquer forma, declarou que acredita que o governo que deve decidir qual objetivo será perseguido. A expectativa é que o CMN (Conselho Monetário Nacional) defina no mês que vem se haverá mudanças na meta - uma das ideias em estudo é que o BC tenha que entregar a inflação dentro do objetivo em um espaço maior de tempo.

- O Banco Central só tem um voto no CMN (o conselho tem três votos, e os outros dois são da Fazenda e do Planejamento) - disse. - Seria conflituoso o BC determinar a própria meta. Fui procurado por senadores sobre um projeto para determinar que a meta só poderia mudar com autorização do Banco Central. Eu disse que não, que achava que o governo tem direito de determinar a própria meta.

Para o presidente do BC, o risco é que o mercado passe a esperar uma inflação ainda mais alta, o que poderia elevar os juros lá na frente.

- Olhamos casos de países que decidem mudar a meta. Quando há um ambiente de calmaria, com a inflação dentro da meta, não há problema. Quando a inflação está fora da meta e ela é mudada, pode haver interpretação de que aquilo foi feito para ganhar flexibilidade.

Para o presidente do BC, as projeções do mercado para a inflação do ano que vem (que é o horizonte de tempo olhado hoje pelo BC para definir juros) resistem no patamar de 4% principalmente por causa da indefinição sobre a meta para o IPCA.

Outros fatores relacionados a essa resistência, segundo Campos Neto, são a aprovação do novo marco fiscal, que deve ser votado amanhã ou quarta-feira, e em menor grau um clima de conflito entre o governo e o Banco Central sobre o melhor para a política monetária.

- O componente de incerteza da meta de inflação é predominante - disse. - Se você pensar que o governo emite um título longo e paga 6% de juros reais, isso reflete um risco percebido bastante alto.

Para 2024, as projeções também se reduziram, mas em menor grau, de 4,15% para 4,13%.

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