Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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Informações da coluna

Por Maeli Prado

A inflação americana em maio veio um pouco mais comportada do que era esperado, e isso animou os mercados americano e brasileiro. A razão é que, após a divulgação do dado, na manhã desta terça, 93% dos investidores passaram a acreditar que o Federal Reserve irá interromper o ciclo de aumento dos juros básicos dos Estados Unidos na reunião de amanhã.

Antes da informação de que o índice de preços ao consumidor (CPI) avançou apenas 0,1% no mês passado, 74% já apostavam nessa possibilidade, segundo dados do CME Group, que negocia contratos das decisões do banco central americano. O dado reforçou esse cenário, e agora é quase consenso que a decisão será por manter os juros.

Apesar disso, parte dos economistas acredita que o BC americano deve sinalizar que esta será apenas uma pausa. Ou seja, que interromperá o ciclo de alta iniciado no primeiro trimestre de 2022 agora, mas que volta a elevar a taxa uma última vez, provavelmente na reunião de julho.

- O número sacramenta uma "pausa hawkish" (termo usado pelo mercado para dizer que o banco central está menos preocupado com a inflação), em que o Fed mantém a taxa de juros constante mas sinaliza que o ciclo ainda não acabou - disse o economista Lucas Zaniboni, da Garde Asset Management.

De qualquer forma, a interrupção demonstra que o ciclo de aperto nos juros está chegando ao fim, o que é bom para o Brasil. Por volta das 12h10, o dólar caía 0,29% em relação ao real, negociado a R$ 4,85

Os EUA começaram a subir a taxa americana em março do ano passado, para combater a maior inflação em quatro décadas - atualmente, está no intervalo entre 5% e 5,25% ao ano.

Juros elevados na maior economia do mundo, que emite os títulos públicos considerados mais seguros, retiram atratividade de países emergentes como o Brasil.

Já o movimento inverso, que é quando os EUA interrompem um ciclo de aumento das taxas, aumenta o interesse por ativos de países que pagam retornos maiores - hoje, a taxa básica brasileira está em 13,75% ao ano, uma das maiores do mundo.

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