Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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Informações da coluna

Por Míriam Leitão e Maeli Prado

O PIB do primeiro trimestre surpreendeu, com uma alta muito maior do que se esperava, de 1,9%. Para se ter uma ideia, o consenso do mercado era de um alta do PIB de 1,2%, e essa já era uma projeção acima da expectativa do início do ano.

O crescimento da agropecuária, com uma safra de grãos recorde projetada para este ano, foi o que puxou esse desempenho, com um salto de 21,6% quando muitos economistas apostavam em um avanço já impressionante, em torno de 10%.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o PIB subiu 4%, mas esse espetáculo de crescimento não deve se manter ao longo do ano, porque vários fatores vão pesar. Um deles é a taxa de juros muito alta - desde agosto do ano passado, os juros básicos estão em 13,75% ao ano.

Esse patamar de restrição do crédito já refreou a atividade da indústria, que ficou praticamente estável no primeiro trimestre - queda de 0,1%. No caso dos serviços, que subiram 0,6%, estes foram indiretamente puxados pelo agro, já que transportes e armazenagens tiveram aumento de 1,2%.

Outro desafio a ser enfrentado pela economia é o fato de que a taxa de investimento foi de 17,7%, um recuo na comparação com o mesmo período do ano passado. Ou seja, esse indicador mostra pouco fôlego no sentido de repetir o bom desempenho nos outros três trimestres do ano.

Muito provavelmente haverá nova rodada de revisão do PIB do ano - os principais bancos já vinham projetando um número maior do que o esperado a princípio.

Demanda fraca e investimentos em queda

Outro ponto de atenção é que há uma desinflação forte puxada principamente pelo preços de alimentos e um valor aumentado para benefícios sociais, mas mesmo assim o aumento do consumo das famílias foi tímido.

Esse consumo aumentou somente 0,2%, abaixo dos 0,7% de alta esperado por economistas. O consumo do governo também cresceu pouco, avançando somente 0,3%.

Enquanto isso, a formação bruta de capital fixo, que é o nome técnico dos investimentos, teve queda de 3,4% sobre a base de comparação forte do ano passado.

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