Míriam Leitão
PUBLICIDADE
Míriam Leitão

O olhar único que há 50 anos acompanha o que é notícia no Brasil e no mundo

Informações da coluna

Por Ana Carolina Diniz

A Petrobras anunciou nesta terça-feira que entrou na primeira carteira do Idiversa B3, o novo índice de diversidade da B3.  Lançado no dia 15, o índice nasceu com 79 ativos de 75 empresas e, segundo a B3, o novo indicador é uma maneira de reconhecer as companhias listadas que se destacam em diversidade, além de promover maior representatividade de grupos sub-representados (gênero feminino, pessoas negras e indígenas) no mercado.

"Para a Petrobras, que tem como uma de suas prioridades a atenção às pessoas, a participação na carteira de estreia do novo índice é a demonstração de que a empresa está no caminho certo da valorização da diversidade e do respeito nas relações pessoais e de trabalho", informou a empresa, em nota.

Em maio, a Petrobras anunciou a criação da gerência setorial de Diversidade, Equidade e Inclusão e, para preencher a função, fará, pela primeira vez, um processo seletivo interno exclusivamente para pessoas de grupos sub-representados: mulher, pessoa preta ou parda, pessoa com deficiência/PCD ou LGBTQIA+.

Segundo a B3, o índice foi construído com base em dados públicos disponíveis no Formulário de Referência (FRe), um requisito anual para empresas de capital aberto. Neste ano, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passou a exigir a apresentação, nos formulários, do número de funcionários e de integrantes dos órgãos de administração e conselhos das companhias agrupados por gênero e raça.

A partir desses dados, a B3 calcula uma nota para cada companhia, o Score Diversidade, levando em conta seu setor de atividade. O resultado do score, que é um dos principais critérios para definir a entrada de uma empresa no novo índice, somando a critérios de liquidez, define a seleção das empresas que compõe o índice, explica no site.

Para Ricardo Silvestre, fundador da agência de publicidade Black Influence, o lançamento do Idiversa é uma marca importantíssima a ser celebrada porque traz luz a um tema ainda muito sensível no Brasil, que é a diversidade através da ótica financeira. 

- O índice é extremamente importante, pois além de incentivar, ele norteia as empresas sobre a pauta. É uma resposta esperada pelo mercado que exige medidas efetivas e que, de fato, promovem a diversidade a partir de um lugar de maior intencionalidade ou pelo menos pra evitar perdas, uma vez que não abraçar o ideal da diversidade agora pode ser inclusive sinônimo de perdas financeiras já que o mercado estará mais de olho nisso.

Para Silvestre, com o índice, talvez assim as empresas entendam finalmente a real importância do assunto e queiram fazer parte da transformação da nossa sociedade.

- Falar sobre diversidade é também falar de negócios e ganhos. Ignorar isso é insistir no erro. Além disso, temos a metodologia que une dois recortes importantes de gênero e raça que representam um pouco dessa interseccionalidade. As pessoas são plurais e necessitam obviamente de olhares específicos e atentos sobre as suas necessidades pessoais.

Gilvan Bueno, sócio e gerente educacional da Órama Investimentos, vê de maneira muito positiva a construção desse índice. Ele acredita que haverá mais atualizações nos próximos anos, mas o Idiversa é um direcionamento muito importante porque até então a B3 não tinha um índice com essa preocupação.

- A segunda fase que eu vejo nesse movimento é que mais empresas vão buscar mais diversidade, mais inclusão de gênero e raça e, principalmente, uma briga para ter mais c-level e conselheiros no tópico da diversidade. Acredito que agora começamos a ter mecanismos para mudar esta carência de diversidade de gênero e raça nas grandes posições corporativas.

Mais recente Próxima Após cair em junho, calote do cartão rotativo volta a subir em julho