Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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No Itamaraty eu ouvi o seguinte quando perguntei o reflexo das eleições argentinas nas relações bilaterais. “Vamos trabalhar com qualquer governo. Vamos sempre trabalhar com a Argentina”.Claro que há uma torcida em favor do candidato peronista Sergio Massa, mas o que ouvi no governo não foi de repúdio ao candidato da extrema direita Javier Milei. Foi uma visão mais pragmática.

No Ministério da Fazenda, o que se diz é que o comércio entre Argentina e Brasil continuará existindo independente de quem ganhar as eleições presidenciais do país vizinho no segundo turno, já que não depende de governos, e sim de empresas e consumidores.

Foi o que me disse o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello. Mas ele admite que a construção de políticas de integração entre os dois países dependerá de quem será o vencedor das eleições, já que os dois candidatos, Sergio Massa e Javier Milei, têm pensamentos bastante diferentes.

O secretário lembrou que a crise de balanço de pagamentos vivida pela Argentina é sempre muito séria, atingindo a economia e as pessoas. O Brasil já viveu isso antes do Plano Real: o país não tem dólares para pagar as contas, possui uma dívida externa muito alta e não consegue estabilizar sua taxa de câmbio, que fica dando saltos gigantes. E isso afeta a economia de uma forma geral.

Guilherme Mello vê um alívio à frente nas perspectivas econômicas da Argentina: a seca deste ano na Argentina, que foi muito pesada, tirou muito da capacidade da economia de reagir, e isso não deve se repetir no ano que vem. Por isso, a agricultura argentina pode puxar a economia, o que sempre nos favorece.

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