Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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Além do PIB estável,  outro dado que surpreendeu o mercado foi o  consumo das famílias no Brasil , que cresceu 1,1% no terceiro trimestre de 2023 em comparação ao segundo trimestre, de acordo com o IBGE. É o décimo trimestre consecutivo de alta. Pela ótica de demanda, o indicador é o principal componente do PIB, responsável por 60% do indicador.

Apesar das reduções a partir da reunião de agosto do Copom, os juros ainda estão em patamar altíssimo, 12,25%, impactando diretamente o crédito.  No entanto, como aponta Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, a melhora no emprego e renda contribuíram para manter o consumo em alta. A queda da inflação (especialmente a de alimentos) também tem impacto neste aumento, lembra o Bradesco, em relatório.

Os programas de transferência de renda foram apontados pela coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, como mais um motivo para o crescimento do consumo. Lembrando que às vésperas da eleição presidencial, em 2022, o ex-presidente Bolsonaro elevou o valor do Auxílio Brasil, de R$ 400 para R$ 600, valor que foi mantido pelo presidente Lula.

- Por outro lado, apesar de começarem a diminuir, os juros seguem altos e as famílias seguem endividadas. Houve também a queda no consumo de bens duráveis - destacou a coordenadora.

Para Claudio Considera, coordenador de Contas Nacionais do FGV Ibre, o consumo das famílias perde o fôlego quando o consumo está atrelado a crédito.

-O aumento do consumo é registrado em bens não duráveis e serviços. Os bens duráveis, que demandam crédito, estão negativos. E é a aquisição de bens duráveis que gera impacto positivo na indústria. A indústria, aliás, fora eventuais espasmos, está um desastre há anos. A construção também depende diretamente de uma redução na taxa de juros, afinal é financiamento de longo prazo e uma taxa no patamar atual retira o ímpeto de compra.

E o que esperar para 2024? Com a projeção de redução de juros nas próximas reuniões do Copom (mercado aposta em quedas de 0,50pp),  Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, acredita que o consumo das famílias continuará crescendo, mas com variações menores.

- Esse ano o motor do crescimento do consumo das famílias foi o aumento de renda derivado das políticas do governo e melhora do mercado de trabalho. No ano que vem, o impulso virá o aumento do crédito com a redução dos juros.

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