Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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No Dia Internacional da Mulher, uma enxurrada de pesquisas de diferentes fontes são divulgadas sobre as condições femininas. Há avanços notórios, mas a diferença de oportunidade de gênero persiste.

Em suas análises, o IBGE usa a interseccionalidade,  método de análise que permite avaliar se as características observáveis dos indivíduos/grupos sociais atuam, quando combinadas, para exponenciar desigualdades históricas e estruturais. Pelo cruzamento dos dados dos indicadores sociais, divulgados nesta sexta-feira pelo instituto, é possível ver que se no número geral as mulheres avançaram, as mulheres negras continuam no final da fila, especialmente na educação e no mercado de trabalho.

Vamos aos dados: 

- Em 2022, a taxa de participação (que mede a proporção de pessoas em idade de trabalhar que estão inseridas na força de trabalho) das mulheres foi de 53,3%, e a dos homens 73,2% (diferença de 19,9 pontos percentuais). Quando analisamos a raça, a taxa de participação das mulheres brancas é de 54,7% e das negras de 52,2%.

- No mesmo ano, as mulheres dedicaram, em média, 21,3 horas semanais aos afazeres domésticos e/ou cuidado de pessoas, os homens gastaram 11,7 horas. Enquanto isso, as mulheres pretas ou pardas dedicaram 1,6 hora a mais por semana nessas tarefas do que as brancas.

- Além disso, a taxa de informalidade das mulheres (39,6%) era maior que a deles (37,3%). Só que a diferença entre a taxa de informalidade das mulheres pretas ou pardas é de 45,4% e dos homens brancos, 30,7%, uma diferença que chegou a quase 15 p.p.

- No mesmo ano, 28,0% das mulheres ocupadas trabalhavam em tempo parcial (até 30 horas semanais). Entre os homens a proporção era de 14,4%. As pretas ou pardas (30,9%) também tinham percentual maior que as brancas (24,9%).

- Nos bancos escolares, em 2022, 32,6% das mulheres de 18 a 24 anos estudavam, enquanto 28,1% dos homens eram estudantes. Esse diferencial por sexo é mais do que o dobro da diferença verificada em 2016. Mas ao dissecar os dados, o IBGE mostra que foi o número de mulheres brancas que estudam é que subiu, de 37,7% para 39,7% Enquanto isso, a taxa de frequência escolar das mulheres negras caiu de 28,6 para 27,9%.

- No ensino superior, o percentual de mulheres brancas era o dobro daquele alcançado pelas mulheres pretas ou pardas: 29% x 14,7%

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