Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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O Ranking do Saneamento, do Instituto Trata Brasil, mostra que, de 100 municípios pesquisados, apenas 14 possuem níveis de perdas na distribuição menor que 25%, percentual  considerado como adequado. O indicador busca estabelecer uma relação entre a água produzida e a água efetivamente consumida nas residências. Quanto menor for essa porcentagem, mais bem classificado o município deve estar, pois uma menor parte da água produzida é perdida na distribuição.

O indicador médio de 2022 mostra que quase 38% desse volume de água está sendo perdido no caminho para chegar ao hidrômetro das residências. Parte dessa perda ocorre devido a vazamentos, sejam eles ocultos (embaixo da terra) ou visíveis. E a outra também é uma perda comercial, que vem de erros de medição nos hidrômetros e furto de cabos. Em 2012, era 37%.E 2021, 40,3%

Os dados mostram ainda que 1/5 da amostra (20 municípios) têm perdas na distribuição superiores a 50%. No ranking, Santos, Goiânia, Campo Grande e Campinas ocupam a liderança dos que têm menos perdas de distribuição. Já os piores são Rio Branco, Ribeirão das Neves, Cuiabá, Recife e Rio de Janeiro. Aliás, o estado fluminense ainda tem São João de Meriti e Belford Roxo na lista dos piores.

Luana Preto, presidente do Instituto Trata Brasil, explica que as concessionárias de saneamento têm os seus investimentos subdivididos em três vertentes: a expansão do sistema de acesso à água, a expansão do sistema de acesso à coleta e ao tratamento de esgoto e o investimento para a redução de perdas na distribuição.

Ela lembra que, como a grande maioria dos municípios ainda não atendeu às metas do Marco Legal do Saneamento em relação à universalização (99% da população com acesso à água e 90% da população com coleta e tratamento de esgoto),   muitas vezes as concessionárias focam primeiro nessa expansão do sistema de saneamento básico, o acesso à água e à coleta e tratamento de esgoto, e só, em um segundo momento, as concessionárias pensam na redução das perdas.

- Por isso, muitas vezes esse tema acaba ficando em segundo plano, porque exige esforço, investimento e um plano estruturado com ações concretas diárias para a redução de perdas.

Para Marcelo Machado, CEO da Saint-Gobain Canalização para a América Latina,  a indústria pode auxiliar as concessionárias, públicas e privadas, a evitar perdas. E com tecnologia.

- O papel da indústria é investir em produtos e equipamentos de qualidade, tecnologia e expertise para buscarem eficiência e reduzirem desperdícios. Hoje, há sensores que são capazes de prever as perdas, tecnologias que monitoram e identificam o ponto exato que necessita de reparo, assim como soluções que apontam a quantidade de perdas e ainda mostram como solucioná-la.

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