Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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Aprovação de distribuição de 50% dos dividendos da Petrobras nesta quinta-feira , deixa claro como o governo Lula consegue criar uma crise inútil, desgastante, que resultou prejuízos há companhia e ao governo e que no fim das contas voltou para o ponto original.

O começo da discussão entre o ministro Alexandre Silveira e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, era justamente sobre distribuir ou não os dividendos extraordinários da companhia. Prates era a favor e Alexandre Silveira, contra.

Alexandre Silveira, com a ajuda da Casa Civil , venceu a primeira batalha e suspendeu a distribuição dos dividendos o que provocou queda das ações e destruição de valor da companhia. Isso não chega a ser um problema, pois se recuperou parte desse valor no movimento natural do mercado.

A questão é o desgaste político e institucional deixado pelo caso, a mensagem de que o governo quer controlar as decisões cotidianas de uma companhia de capital aberto, que tem sócios privados e que tem uma regra de governança, estatuto, além da Lei das Estatais que deveria protegê-la dessa ingerência. Enfim, é mais um governo querendo intervir na Petrobras diretamente do Palácio do Planalto, como vimos no governo de Jair Bolsonaro.

Além disso, o episódio deixou claro a brigalhada em torno da empresa, com o ministro das Minas e Energia se posicionando contra o presidente da Petrobras, a necessidade da entrada em campo o ministro Fernando Haddad para colocar panos quentes.

Se houve alguma coisa de bom em tudo isso, foi a entrada de um integrante do Ministério da Fazenda como representante no Conselho de Administração da Petrobras. A indicação de Rafael Dubeux foi aprovada na reunião de ontem. Dubeux é quem cuida da questão ambiental e climática no Ministério da Fazenda, então é ótimo que ele esteja dentro de uma petroleira, é a pessoa certa no lugar certo.

No fim, o que foi decidido ontem? Distribuir dividendos extraordinários, exatamente que começou a confusão e na medida defendida pelo presidente da Petrobras, 50%. Foi muito barulho por nada. Nada não, afinal teve prejuízo. E ainda teve como saldo a uma tentativa explicita do governo de intervir nas empresas estatais, principalmente na Petrobras, o que é um sinal muito ruim.

O balanço geral dessa crise não é bom para o governo, que acabou recuando e fazendo o deveria ter feito desde o começo. Que sirva de lição, para que o governo não repita esse tipo de comportamento.

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